Países sentem primeiros efeitos da Covid-19 na economia global

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Rafael Saldanha e Ian Imoto (1º semestre)

O impacto na economia mundial causado pela Covid-19 afeta a sociedade de forma inesperada: um vírus que não só prejudica a saúde humana, mas abala as economias de vários países, como China, Estados Unidos e Brasil. Já são mais de 460 mil infectados e 20 mil mortos no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os choques foram imediatos na economia chinesa, o lugar em que se iniciou o surto. Foram atingidas principalmente as empresas dos setores de manufatura e bens de consumo, enquanto companhias de saúde subiram quase 10% na bolsa de valores. Segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas da China, o PIB da segunda maior economia do mundo cresceu 6,1% em 2019, o pior índice em 29 anos.

Os reflexos na economia dos EUA também foram significativos e imediatos. O Índice de Gestores de Compras americano, que reflete as condições de negócio da indústria dos Estados Unidos, caiu pela primeira vez desde 2013, segundo o economista-chefe Chris Williamson. Além disso, o Banco Central dos Estados Unidos, para tentar controlar a política monetária, reduziu a taxa de juros para que esta varie entre 0 e 0,25%. Dessa forma, haverá estímulo de crédito e, consequentemente, de investimentos e consumos, podendo, assim, estimular a economia.

Assim como outros países, o governo brasileiro adotou medidas contra a proliferação do coronavírus, como fechamento de estabelecimentos e o incentivo ao isolamento social, principalmente no epicentro da epidemia, na cidade de São Paulo. Consequentemente, a economia foi diretamente prejudicada pela falta de consumo e de movimentação de capital, resultando em danos ao mercado brasileiro, como seis circuit breakers e a alta do câmbio do dólar, potencializados com a pandemia. O professor de Economia da ESPM, Luís Carlos Berti, comentou sobre o futuro da economia brasileira. “Se a pandemia demorar para passar, teremos um risco muito grande de desemprego, aumento do nível de endividamento das empresas e das pessoas e um risco de aumento de violência, pois as pessoas não terão dinheiro e poderão se desesperar”, explicou. O professor ainda tem uma visão positiva sobre o assunto. “Será um ano de reestruturação, para terminar com uma sinalização positiva para 2021, que poderá gerar uma grande atividade de capital”, ressalta.