Pedro Guarache (3º semestre)
No último domingo, 16 de maio, a cidade de Botucatu, no interior de São Paulo, foi palco de uma vacinação em massa contra Covid-19, com a primeira dose da vacina Oxford/Astrazeneca aplicada em toda a população acima dos 18 anos. A experiência faz parte de um estudo inédito no Brasil, em conjunto com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), que visa verificar a eficácia da vacina contra as novas variantes do vírus e seu sequenciamento genético. O levantamento também pretende mapear as reações à vacina.
Com isso, Botucatu, com cerca de 145 mil habitantes, passou a ser a cidade do estado de São Paulo com maior cobertura vacinal da primeira dose contra o coronavírus. Somente neste domingo foram vacinados cerca de 66 mil habitantes.
Os 45 locais de votação da cidade foram transformados em pontos de vacinação e 2.500 pessoas se voluntariaram para ajudar no processo. Além da vacinação, todos os pontos também tinham caminhões de coleta de alimentos para doações.
A vacinação começou logo cedo, às 8 horas, e foram reservados horários para cada faixa etária, evitando aglomerações. Das 8h às 10h30, moradores de 51 a 60 anos foram vacinados; das 10h30 às 13h, moradores de 41 a 50 anos; das 13h às 15h30, moradores de 31 a 40 anos; e das 15h30 às 18h, moradores de 18 a 30 anos.
Para participar da vacinação foi necessário fazer um cadastro no site Vacina Já, levar um comprovante de residência e um documento com foto no posto indicado. Os moradores que não conseguiram tomar a vacina no domingo têm até hoje (18) para preencherem o formulário e serem vacinados nas duas próximas semanas.
Muitos moradores da cidade relataram que sentiram os efeitos colaterais da vacina, como cansaço, dor de cabeça, febre, calafrio e até diarreia em alguns casos. Os efeitos já eram esperados, tanto que todas as pessoas que tomaram a vacina receberam quatro comprimidos de Paracetamol para minimizar os efeitos, que podem durar de três a cinco dias.
Walter Eduardo Guarache, morador da cidade de Botucatu, que tomou a vacina no domingo, falou da experiência e relatou algumas das reações que sentiu. “Na hora que tomei a vacina já senti uma dor no braço, mas os outros sintomas só começaram a aparecer algumas horas depois. No mesmo dia, à noite, tive febre e muito cansaço e no dia seguinte tive uma dor no corpo que precisava me arrastar para conseguir sair da cama. Mesmo assim estou feliz de ter tomado a vacina e com certeza passaria por isso de novo se fosse necessário”, conta. As reações, consideradas leves e comuns por infectologistas, constam na bula da vacina Oxford/AstraZeneca.