Marcos de Sousa é da ONG Mobilize Brasil, uma organização que tem como objetivos principais o estímulo ao debate sobre mobilidade urbana sustentável e a transformação social e educativa. Com isso, a ideia é desenvolver a consciência do público a respeito da importância da sustentabilidade na vida urbana. O ativista foi convidado da ESPM na Jornada de Jornalismo, que ocorreu nos dias 24, 25 3 25 e 26 de setembro. Ao lado de Petria Chaves falou sobre o trânsito na cidade de São Paulo, quesito que é reprovado por 80% da população paulistana, de acosto com o Ibope.
Marcos de Sousa da ONG Mobilize Brasil (Foto: Laís Cebolini Guidi)
Portal de Jornalismo: De quais maneiras a ONG divulga seus conteúdos?
Marcos de Sousa: Nós temos um programa de divulgação feito pelas redes sociais, como Facebook e Twitter; também temos newsletters semanais. Alem disso, alguns projetos especiais, como cursos, são divulgados por uma assessoria de imprensa feita pela minha empresa, Mandarim Comunicações. Mas as redes sociais trazem um retorno incrível.
Portal: Vocês têm alguma filiação com algum meio de comunicação ou o portal da ONG é a principal ferramenta?
Sousa: A ONG Mobilize Brasil é um portal independente. É mantido pela Associação Abapuru, que tem como objetivo desenvolver programas educacionais e criou a página na internet mas ele é absolutamente independente, mantido apenas por alguns patrocinadores.
Portal: Ao pesquisar sobre a ONG na internet é possível encontrar muitos resultados de estudos feitos por vocês sobre problemas urbanos, além de haver uma parte significativa no portal sobre estatísticas. Como esses estudos são realizados?
Sousa: A Mobilize tem uma equipe basicamente formada de jornalistas, mas há duas pessoas, que são Ricky Ribeiro e Thiago Guimarães, que são especialistas em planejamento humano e eles nos ajudam a desenvolvermos algumas propostas e algumas metodologias de pesquisa. Além disso, temos uma rede de 15 jornalistas em todo Brasil que colaboram conosco, não só com sugestões de pautas jornalísticas, mas também com alguns critérios para o desenvolvimento desses estudos
Portal: Quais são os principais públicos que vocês procuram atingir?
Sousa: O objetivo é atingir a população em geral. Claro que a parcela que mais acessa o site é a que já tem uma preocupação com o assunto. Às vezes são estudantes, às vezes são idosos… tem gente de todo o tipo.
Portal: Qual foi a maior conquista de vocês desde o início das atividades?
Sousa: A ONG tem apenas um ano, foi criada em setembro do ano passado. A maior conquista foi a realização do estudo Mobilize 2011, que levantou pela primeira vez indicadores de mobilidade sustentável em capitais brasileiras, e a campanha Calçadas do Brasil, que estimulou inúmeras cidades do pais a começar programas de melhoramento de suas calçadas.
Portal: Vocês se envolveram no Dia Mundial Sem Carro, que aconteceu no dia 22?
Sousa: Nós, na verdade, participamos de vários eventos, como bicicletadas, palestras, workshops, comentando, colaborando e incentivando debates em várias cidades.
Portal: E você acha que essa iniciativa de estabelecer esse dia gerou resultados?
Sousa: Em São Paulo não houve resultado algum. Circulei pela cidade e tinha trânsito! Parece que, ao invés de deixar o carro em casa, todas as pessoas resolveram tirá-los da garagem. Acredito que falta incentivo do governo.
Portal: Você acredita que as promessas dos candidatos em relação às melhorias urbanas influenciam nos votos dos eleitores?
Sousa: O que aconteceu com o processo político brasileiro é que ele ficou muito marcado pelos mercadólogos, que passaram a vender os candidatos como produtos. Isso fez com que as propostas políticas se esvaziassem. Os partidos passaram a ser instrumentos para se chegar ao poder. Acho que se despolitizou o processo, a discussão efetiva sobre a vida urbana desapareceu. O único objetivo é conseguir mais cadeiras no parlamentos e os principais cargos nas cidades.
Anita Efraim (2º semestre)