“O mundo precisa de conteúdo”, afirma o radiojornalista Milton Jung

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Milton Jung finaliza a semana de jornalismo na ESPM. Foto: Paula Lerrer

 

O último convidado da semana de jornalismo da ESPM-SP, Milton Jung, ministrou uma palestra na quinta-feira, 17 de abril, no auditório Victor Civita. O jornalista, durante sua carreira, trabalhou na TV Globo, SBT, TV Cultura e Rede TV. Atualmente irradia na CBN, apresentando o Jornal da CBN, que é transmitido por rádio e por vídeo na internet.

Durante seus anos de rádio, aprendeu que a notícia mais valorizada pelo paulistano, e também a mais transmitida, é relacionada com o trânsito. “As pessoas estão nos escutando no trânsito”, explicou. A questão da cracolândia, por exemplo, segundo ele, “só se tornou um problema urbano quando começou a atrapalhar o trânsito”, comentou. No entanto, enfatizou que é importante haver um equilíbrio entre outros temas.

O jornalista comentou que, atualmente, há muita necessidade de informação, que chega cada vez mais rápido. “Toda vez que abrimos mão da precisão em nome da agilidade, pagamos com credibilidade” disse Jung. Em sua opinião, o jornalista tem que desconfiar da veracidade da informação, pois é isso que o difere de um cidadão comum gerador de conteúdo.

Milton Jung também falou aos alunos sobre seu dia a dia no rádio, desde o momento que chega, passando pela apuração da notícia até a produção da matéria a ser apresentada. O jornalista comentou sobre as novas tecnologias que auxiliam jornalistas no processo de checagem da informação, como, por exemplo, uma nova ferramenta no twitter, ainda em fase de teste.

O que o incomoda no rádio é o fato de boa parte dos repórteres não estarem na rua, e sim na redação. “Se você está dentro da redação, você não está vivendo aquele clima”, complementou.

Quanto à profissão de jornalista, alertou sobre o futuro dos alunos. “Não tem sentido ir para o mercado de trabalho sem ter conteúdo produzido”, explicou. Complementou dizendo que, com os novos recursos, é possível publicar matérias sem gastar nada.

É otimista ao falar sobre a abertura de novos campos para jornalistas, mesmo que, segundo ele, o mercado tradicional esteja cada vez mais saturado. “Há sempre novas oportunidades, o mundo precisa de conteúdo”, finalizou.

Ana Maksoud e Fernando Turri (1 semestre)