Mesa sobre políticas públicas em educação abre evento internacional

Share

Durante o 1° Encontro Internacional de Educação Midiática, convidados defenderam que preparar cidadãos para lidar com a mídia deve ser pauta política – Foto: Letícia Mares Guia

Letícia Mares Guia (1º semestre)

“Políticas públicas: como e por que amparar a educação midiática enquanto política pública?” foi o tema da atividade inaugural do 1° Encontro Internacional de Educação Midiática, realizado no dia 25 de maio, no campus Álvaro Alvim da ESPM, em São Paulo. As discussões foram feitas por Débora Garofalo, diretora de inovação da MultiRio – empresa vinculada à Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro –, Tereza Faria, coordenadora-geral de estratégia da educação básica no Ministério da Educação (MEC), que participou por videoconferência, e João Brant, secretário de políticas digitais da Secretária de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. A mediação foi feita por Antônio Gois, da Associação de Jornalistas da Educação (Jeduca).

Garofalo abriu sua apresentação ressaltando a necessidade de se falar em políticas públicas, considerando que 85% dos estudantes brasileiros estão em instituições mantidas pelo poder público, e essas escolas são cerca de 130 mil. O exercício da liberdade e da cidadania e a formação dos jovens para as mídias foram destacados pela palestrante. “Hoje, não existe tecnologia sem a gente falar de educação midiática”, acrescentou.

O Centro de Inovação da Educação Básica Paulista (CIEBP) – cujo papel é potencializar de práticas em tecnologias, soluções e metodologias educacionais –, o Programa Inova Educação – que trabalha com formação de professores – e a  Agência de Notícias Jovens do Rio de Janeiro (ANDAR) – dedicada à produção estudantil de notícias – foram citados como exemplos de políticas públicas que obtiveram êxito.

Combate à desinformação – O problema das fake news deu o tom da apresentação de Faria. Retomando situações recentes no âmbito da política, ela definiu o fenômeno como informação falsa que induz o público ao erro e salientou sua grande repercussão. “Talvez a gente possa falar que o Brasil vivenciou o maior episódio coletivo de dissonância cognitiva dos últimos tempos”.

Faria também argumentou que a desinformação leva a um irracionalismo que acaba colocando em discussão temas opostos ao que é cientificamente evidenciado.

Ao falar sobre mudanças na educação midiática, Brant ressaltou a necessidade de desenvolver competências a esse respeito como forma de enfrentar o lado negativo do ambiente digital, marcado, entre outros, pelas fake news e por discursos de ódio.

Questionado a respeito das ações da Secretaria de Comunicação Social para a educação midiática, ele ainda afirmou que, apesar das diferentes estratégias necessárias a depender de cada caso. “[Sempre] vai ter essa inquietude permanente e viva no coração do governo”, disse.

Repercussão – Uma das ouvintes do encontro, Mychelle Santos, pontuou que o tema abordado é importante de ser discutido porque falta atenção à educação midiática na sala de aula. “A palestra foi muito informativa. Aprendemos sobre as consequências da propagação de mensagens falsas e como não cair nesse erro”, destacou.

“A abordagem descontraída dos palestrantes combinada com seu profundo conhecimento e habilidades de comunicação fez com que absorvêssemos as informações de maneira eficaz”, acrescentou Francisco Fidelarino, outro ouvinte.

O evento – O Encontro Internacional de Educação Midiática foi promovido pelo curso de Jornalismo da ESPM-SP em parceria com o Instituto Palavra Aberta e a Embaixada e os Consulado dos Estados Unidos no Brasil, com cooperação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e patrocínio do Google e do YouTube. Contou ainda com apoio institucional da Jeduca.

#ParaTodosVerem: A imagem colorida mostra, da esquerda para direita, João Brant, Débora Galofaro e Antônio Gois sentados no palco do auditório Philip Kotler. No telão, está projetada a imagem de Tereza Faria, que participou por videoconferência.