Memórias do Fotojornalismo – Phillipe Halsman

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Arthur Flavio – (2º semestre)

Nos dias de hoje, o que não falta são retratos. Basta pegar seu celular e abrir uma rede social qualquer que eles começaram a saltar em sua tela como grilos em um campo aberto. Contudo, quando o assunto é retrato é quase impossível ver algo que valha a pena sem falar de Phillipe Halsman.

O fotografo nasceu de uma família judia em 2 de maio de 1906 em Riga, cidade essa que na época fazia parte do império Russo, mas atualmente se encontra na Letônia. Desenvolveu seu amor pela fotografia quando tinha apenas 15 anos, quando achou a máquina fotográfica de seu pai e começou a tirar fotos de sua irmã, Liouba

Em 1928, quando tinha 22 anos e passeava pelo tirol austríaco, uma área bem antissemita da Áustria, foi acusado de assassinar seu pai e condenado a 10 anos na prisão com trabalho forçado. Sua irmã, batalhou pela sua libertação e conseguiu apoio de grandes intelectuais europeus como Albert Einstein e Freud, que atestaram sua inocência, fazendo com que o jovem fotografo fosse libertado 8 anos antes do previsto.

Logo após a saída da cadeia, se mudou para Paris, onde construiu um estúdio de fotografia em Montparnasse e começou a trabalhar para revistas de moda, como a Vogue. Também nesse período desenvolveu sua própria câmera reflex de objetivas gêmeas, a qual usou para capturar retratos de incontáveis artistas e ficou conhecido como um dos melhores retratistas da cidade, pois capturava fotos com grande nitidez, ao invés do foco suave que fotos da época costumavam apresentar.

Porém quando tudo ia bem na vida de Halsman, a Segunda Grande Guerra explodiu e para escapar dos nazistas, Phillippe fugiu para Marselha, abandonando seu estúdio no processo. Posteriormente, teve que migrar para os Estados Unidos e conseguiu um visto graças a ajuda de Albert Einstein.

Em 1941, já nos Estados Unidos, conheceu o pintor espanhol Salvador Dali, com quem firmou uma longa parceria de quase 40 anos. Os dois compartilhavam visões semelhantes sobre pintura e o trabalha conjunto da dupla rendeu algumas das fotos mais famosas de Halsman como “Dalí Atomicus” e “In Voluptas Mors.

Além do grande reconhecimento que ganhou devido a sua parceria com Dali, Phillippe também ficou famoso por ser um dos recordistas de capa da falecida revista Life. Com 101 fotos do fotografo estampando 101 capas. Mas seu trabalho não estagnou em uma revista só. Também trabalhou para diversos nomes de peso dos EUA como Esquire, Vogue e Saturday Evening Post, fazendo capas e reportagens diversas. Esses trabalhos fizeram com que Halsman se aproximasse de grandes personalidades da época.

Em 1945, se tornou presidente da America Society of magazine photographers (ASMP) e lutou pelos direitos criativos e legais dos fotógrafos que trabalhavam na área.

Sua criatividade está explicita em todo seu trabalho, mas talvez onde ela salte mais seja na Jampology. A Jampology foi um estilo de fotografia criado pelo próprio Philippe e consistia em, no final de uma sessão de fotos serias, tirar uma foto da celebridade saltando. O que cria um contraste icônico entre uma pessoa seria e bem composta perdendo sua seriedade para a gravidade.

Phillipe Halsman morreu em 25 de junho de 1979, na cidade de Nova York como um cidadão americano. Deixou para trás um legado invejável, rodeado por prêmios e reconhecimento de todos os lados da indústria.