Memórias do Fotojornalismo – Nan Goldin

Share

Julia Minhoto – (2º semestre)

Nancy Goldin, mais conhecida como Nan, é uma fotógrafa americana relembrada por suas fotos altamente pessoais, sinceras e íntimas. Seu trabalho é tão intrínseco que poderia até ser chamado de autobiográfico.

Goldin nasceu em 12 de setembro de 1953 em Washington, mas cresceu em Boston juntamente com sua família tradicionalmente de judeus.

Aos 15 anos, seu professor a apresentou a uma câmera fotográfica, e pouco mais tarde conheceu o fotógrafo David Armstrong.

Aos 20 anos já estava organizando seus trabalhos fotográficos dentro de comunidades LGBT.

Desde o início fotografava gays, drag queens e transexuais como principal tema de seu trabalho.

Em 1970, aproximadamente, Nancy se mudou para Nova York e passou a morar no mesmo local que artistas, prostitutas, travestis e atores, que se tornaram parte de seu trabalho. Além do trabalho, ela relata em seu livro The Ballad of Sexual Dependency que essas pessoas eram como uma família unida não por sangue, mas por uma moral similar e a necessidade de viver intensamente o momento.

Dez anos depois, seu trabalho se destacou por uma obra que mostrava diversos takes de seus amigos pelados em apartamentos desorganizados.

O mundo da arte adotou a estética de Nan Goldin, fazendo com que ela se tornasse uma das fotógrafas mais reconhecidas dentro do mundo artístico. Ela retrata seu mundo sem polidez, sem nenhum tipo de glamour. Apenas sexo, drogas, violência e dor.

Nan teve problemas graves com uso de drogas durante sua vida artística, pois ela acreditava que usá-las estimularia sua criatividade, e sem elas se tornaria alguém careta e chata. Em 1988 entrou um uma clínica de reabilitação, o que fez até seus trabalhos mudarem de formato, com visual mais claro.

Em 1990, passou a documentar os efeitos da epidemia da AIDS, já que vivenciou mortes de amigos próximos por conta da doença.

Em 2010, fotografou para a Bottega Veneta, em sua coleção Primavera/Verão.

E em 2016 fotografou Robert Pattinson para uma campanha da Dior Homme. Nan relata que não conhece o astro da saga Crepúsculo e atualmente ator do novo filme The Batman que estreará em 2022, e que nunca tinha ouvido falar dele antes. Diz que hoje tem focado mais em fotografar lugares, arquitetura, e natureza, do que pessoas.

No mesmo ano, lançou o livro “Diving For Pearls”, em homenagem a David Armstrong, seu primeiro colega de profissão que dizia que encontrar uma boa foto era como mergulhar para achar pérolas. O livro reúne 400 fotografias, algumas inéditas e tiradas com câmera analógica.