Memórias do Fotojornalismo – Michel Comte

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Beatriz Voltani – (2º semestre)

Michel Comte nasceu em Zurique, na Suíça, em 19 de fevereiro de 1954. É um fotojornalista e um dos fotógrafos mais conhecidos no mundo da moda, também é cineasta e artista. Quando mais novo, Michel estudou na França e na Inglaterra. E começou sua carreira como um restaurador de arte, trabalhando principalmente com arte contemporânea. Tem dois filhos de seu primeiro casamento e atualmente, é casado com a diretora de cinema Ayako Yoshida.

Ainda jovem, em 1979, Comte conheceu Karl Lagerfeld, o designer referência no mundo fashion. Ele deu seu primeiro trabalho relacionado a moda: a produção de um comercial para a marca Chloe e mais tarde, fez o mesmo para a Channel. A partir de então, ele trabalhou para marcas como Dolce&Gabana, Gianfranco Ferre, Ferrari, Hermes, Nike entre muitas outras.  Também colaborou por muitos anos para revistas como Vogue, Vanity Fair.

Desde o início de sua carreira, Comte direciona suas fotografias para a imagem da mulher. uma característica do seu trabalho é mostrar as mais diferentes faces delas. Como por exemplo, elegantes, sensuais, íntimas e alegres. Ele fotografou inúmeras diversas celebridades. Entre elas, as brasileiras Gisele Bundchen e Sonia Braga. Através de suas fotos, procura sempre captar um lado inesperado da pessoa fotografada.

Em contraste com sua carreira na moda, em 1986, durante uma viajem ao Tibet, Comte inicia sua carreira como fotojornalista. A partir de então, ele viajou para diversos lugares com zonas de conflito. Como por exemplo, para a Jordânia e Israel durante a guerra do Golfo Pérsico, em 1991. Nesses locais, como fotojornalista, ele arrecadava fundos para instituições humanitárias. Mais tarde, as fotografias tiradas nesse período montaram seu livro “People and Places with no Names”, que na tradução fica “Pessoas e lugares sem nomes”. Segundo o livro, as imagens que ele tirou “são extraordinárias, capturam a vulnerabilidade da alma humana e revelam vividamente mais sobre o medo e a esperança do que qualquer quantidade de palavras jamais poderia.”.

Além disso, ele fotografou diversas vezes para a cruz vermelha, viajando para países onde o movimento humanitário está presente, também para ajudar vítimas de conflitos. Seu trabalho foi tão importante, que já ajudou a levantar fundos para a construção de um hospital ortopédico em Cabul, no Afeganistão. Comte disse em reportagem à CNN que nunca foi pago por nenhum deles. Mas eles foram importantíssimos pois forneceram a ele um senso de propósito e uma distância necessária do mundo das celebridades.

Em 2009, o fotojornalista começou a se afastar gradualmente do mundo da moda, focando em uma nova fase de sua carreira, como artista. Ainda em reportagem a CNN, Comte diz que essa transição não foi fácil. Pois, todos queriam o contratar para trabalhos focados no setor da moda ao invés de enxergá-lo pela sua arte.

Em seus projetos mais recentes, ele focou na preservação do meio ambiente. Em 2017, seu trabalho chamou atenção mundial quando ele produziu e organizou grandes exposições em museus internacionais.

Michel Comte tem uma carreira extremamente eclética. Certamente, desempenhou muito bem seu papel e deixa seu legado em todas as áreas que atuou. No fotojornalismo, denunciou situações de precariedade que milhares de pessoas vivem. Além disso, através de suas fotos ele ressaltou o medo, a esperança e a importância do senso de humanidade em todos.