Memórias do Fotojornalismo – Gyula Halász – George Brassaï

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Gabriela Schiavo – (2º semestre)

Nascido em 1889 no antigo reino da Hungria e atual Romênia, Gyula Halâsz se consolidou na história como um fotógrafo internacionalmente famoso pelas suas fotos únicas. Seu pseudônimo Brassai vem de seu local de nascença, Braşov, e nem sempre sua paixão foi a fotografia em si.

Em 1920 trabalhou como jornalista em Berlim, onde também começou seus estudos de pintura e escultura na Academia de Belas Artes de Berlim. Anos mais tarde em 1924 voltou para Paris, onde iria passar o resto de sua vida e iniciar sua trajetoria na fotografia.

O divisor de águas na vida profissional de Brassai foi o encontro com o renomado fotógrafo André Kertész, que o inspirou o suficiente para comecar a atuar como fotógrafo de forma independente para revistas da época.

Em 1932 fotografou os grafittis nas paredes de Paris, gerando um trabalho fortemente divulgado na revista surrealista Minotoure, além disso, seus ensaios sobre personagens e artistas enriqueceram a revista Harpers Bazaar, onde começou a trabalhar em 1937.

Seu primeiro livro de fotografias foi lançado em 1933, e titulado de Paris de Nuit. Uma obra atemporal. Com um olhar único Brassai nos leva de volta para as noites de Paris dos anos 30 empenhado em dissecar todas as camadas sociais da capital francesa. Apaixonado pela vida boêmia, Brassai nos revela com fotos de tirar o fôlego a vida noturna nos bares, bordéis e cabarés da cidade da Luz.
Se engana quem pensa que é fácil registrar a camada mais impenetrável de Paris. A ida a esse tipo de lugar chegou a custar 2 câmeras quebradas e algumas carteiras roubadas, e sua presença se dava por conhecidos e amigos que o colocavam para dentro. Mas além deste lado mais sórdido, Brassai amava captar a vida da alta classe, frequentando bons restaurantes, grandes óperas e festas da elite. Nesses eventos, sua presença se dava graças a amizade que ele havia feito com uma importante família francesa. Neste período, ele teve contato e fotografou artistas como Pablo Picasso, Salvador Dalí e Braque.

Outra marca registrada de suas fotografias são as ruas e becos onde a noite se mistura com a névoa, criando um ar de mistério e melancolia. Por ser pintor, as técnicas de luz, sombra e reflexo o ajudam a fazer um trabalho ainda mais harmônico.
Outra passagem relevante na vida do autor foi sua amizade com Pablo Picasso, que gerou um de seus livros mais famosos, Comversation Avec Picasso, ou, conversando com Picasso. Publicado em 64, a obra trazia uma coletânea de recordações da vida do famoso pintor.

Toda a sua obra fez com que sua fama chegasse a nível internacional. Em 1948, ele fez uma exposição individual no Moma e no Art Institute of Chicago além de ter sido apresentado no Festival Recontres d`Arles em 1970.
Faleceu aos 84 anos em sua casa localizada em Nice. Sua obra até hoje é tida como Referência, por ser muito mais do que um retrato de época.