Jornada de Jornalismo discute segurança, trânsito e cobertura da cidade

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Evandro Spinelli, da Folha, e César Camasão, do Agora. Foto: Giovanna Romanato

 

A ESPM-SP organizou, de 24 a 26 de setembro, a 1° Jornada de Jornalismo. Durante os dias de evento, temas como segurança, trânsito e cobertura da cidade foram abordados em palestras abertas à participação dos alunos.

Segurança
Para marcar o início das atividades, um debate sobre segurança em São Paulo foi realizado no dia 24 com a participação do jornalista e repórter da Rádio Bandeirantes Cláudio Junqueira, do repórter fotográfico do jornal O Globo Marcos Alves e, também, do especialista em segurança e assessor técnico da Secretaria Municipal de Segurança Urbana César Alves Ferragi. Da segurança do Brasil na Copa do Mundo à desmoralização da Polícia Militar (PM) pelos criminosos, a palestra proporcionou aos alunos de jornalismo da ESPM-SP a oportunidade de refletir sobre o assunto. “Quando incorporam a voz do cidadão, as forças de segurança constroem uma parceria muito grande”, disse Ferragi. A questão do crime e da sua relação direta com a Polícia Militar (PM) também foi colocada em debate. “O crime passou a entender como o Estado funciona’’, afirmou Cláudio Junqueira. No vídeo a seguir, o jornalista fala sobre o risco que o profissional de comunicação corre na prática diária do jornalismo investigativo. Confira:

Trânsito
O segundo dia de jornada foi marcado por uma palestra com a presença de Pétria Chaves, apresentadora e repórter da Rádio CBN, e de Marcos de Sousa, jornalista da ONG Mobilize. Os convidados trouxeram à tona o debate sobre o trânsito, um dos problemas que mais incomodam o brasileiro. “Todas as capitais estão parando, e a questão da mobilidade se tornou motivo de preocupação geral”, afirmou Marcos.
Pétria defendeu os caminhos alternativos que a cidade proporciona, tanto no meio do transporte como no lazer. Para ela, os cidadãos devem tentar aproveitar ao máximo o que possuem à sua volta sem recorrer ao carro.

Cobertura da cidade
Os estudantes da ESPM-SP também puderam conhecer os principais aspectos e desafios da cobertura jornalística da capital paulista na terceira palestra da Jornada de Jornalismo. Para falar sobre o tema, foram convidados o chefe de reportagem do jornal “Agora São Paulo”, César Jesus Camasão, o professor da ECA-USP e especialista em jornalismo alternativo e popular Denis de Oliveira e, também, o jornalista da “Folha de S. Paulo” Evandro Spinelli.
No debate, foi apontado que o abuso da internet nas redações faz com que o repórter de cidade saia menos às ruas, impedindo, assim, um contato mais próximo humanizado entre o jornalista e a sociedade. “O papel de quem cobre os assuntos mais complexos é o de simplificar o conteúdo para o leitor”, argumentou Spinelli. Os convidados também debateram sobre como desenvolver coberturas diferenciadas para temas como saúde, educação, transporte e política, sempre levando em conta as características do público-alvo.

 Giovanna Moreira Hueb (1° semestre)

Jornada de Jornalismo termina com debate sobre cobertura jornalística

As eleições municipais e a cobertura jornalística estiveram entre os assuntos discutidos na última palestra da 1ª Jornada de Jornalismo, que aconteceu no dia 26 de setembro na ESPM-SP. Com a participação de Cesar Jesus Camasão, jornalista do Grupo Folha e chefe de reportagem do jornal Agora São Paulo, Dennis de Oliveira, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e especialista em jornalismo alternativo e popular, e Evandro Spinelli, jornalista da Folha de S.Paulo, o bate-papo foi mediado pelo professor da ESPM-SP Renato Essenfelder.

A Jornada abriu espaço para discussões sobre diversos temas ligados à cobertura jornalística da cidade de São Paulo. Os convidados debateram as diferentes formas de abordar um tema a fim de atingir a sociedade. “O papel do jornalista é fazer com que as coisas herméticas cheguem de forma mais simples [ao público]”, afirmou Camasão.
Ainda sobre as dificuldades de se realizar uma cobertura, Camasão argumentou que o espaço dos jornais está cada vez menor e que atrair o leitor para assuntos mais complicados não é uma tarefa fácil.

As eleições municipais também foram abordadas no bate-papo. Segundo Evandro Spinelli, o desafio da imprensa é fugir do declamatório dos candidatos. “Cabe aos jornalistas buscar os dados, mas é difícil”, argumentou.

Para discutir os diferentes aspectos de cobertura, o professor Dennis de Oliveira falou sobre o projeto “Fogo no Barraco” – tentativa de investigação dos incontáveis incêndios que acontecem nas favelas paulistanas. O blog monitora os recorrentes incêndios em favelas da cidade, localizadas principalmente em áreas de grande especulação imobiliária. O professor comentou ainda sobre o projeto mantido por ele e pelos alunos do curso de Jornalismo da USP. “Pegamos um tema atual e vamos até a favela próxima ao campus, para perguntarmos sobre ele e observá-lo do ponto de vista da comunidade”, explicou Dennis de Oliveira.
A falta de profundidade nos assuntos abordados nos jornais e a necessidade de levar à prática a máxima de que “lugar de repórter é na rua” foram unanimidades durante a discussão. Segundo Cesar Jesus Camasão, ir às ruas “engrandece os repórteres”.

Giovanna Mazzeo (2° semestre)