IMS inaugura exposição sobre ditadura militar

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A exibição tem entrada gratuita e está localizada no sexto andar do IMS, estando disponível até o dia 28 de julho de 2024. Foto: Lívia Donarumma

Texto e Foto: Livia Donarumma (1º semestre)
Gabriella Borges (4º semestre)

O Instituto Moreira Salles (IMS) de São Paulo inaugurou no dia 23 de março a exposição fotográfica Que país é esse?, uma homenagem ao fotógrafo e cineasta Jorge Bodanzky. A mostra reúne pela primeira vez a obra realizada pelo profissional durante a ditadura militar brasileira de 1964 a 1984. A exibição tem entrada gratuita e está localizada no sexto andar do IMS, disponível até o dia 28 de julho de 2024.

A mostra tem curadoria do coordenador da área de Fotografia Contemporânea do IMS, Thyago Nogueira. Ao Portal, ele esclarece que “vistas em conjunto, estas obras revelam o papel crucial das imagens na luta por justiça social e na compreensão do país [que foi] erguido sobre bases violentas e autoritárias”. 

A exposição vai além da fotografia e contempla a influência de Bodanzky no cinema. Ainda no período da ditadura, Jorge dirigiu diversos filmes como Iracema (1975, censurado até 1981), Jari (1979) e o Terceiro Milênio (1980). Com essas peças cinematográficas, Bodanzky renovou o cinema brasileiro ao mesclar documentário e ficção para evidenciar as injustiças sociais e o sistema econômico autoritário. 

Após 60 anos do golpe militar, a exposição relembra por meio da arte as denúncias e os crimes cometidos pelo governo totalitário da época. No centro da sala, estão dispostas quatro telas que projetam cenas dos filmes produzidos por Bodanzky durante a ditadura militar. Já nas paredes do IMS, estão expostas suas fotografias e projeções em super-8, um formato de captação fílmica desenvolvida nos anos 1960, que é a marca registrada do cineasta. A sala também possui monitores de TV que exibem entrevistas antigas oferecidas por Bodanzky para canais alemães. 

Através de suas lentes, Jorge documentou os impactos da ditadura no Brasil, viajando de Norte a Sul do país para mostrar a censura e as lutas de resistência que ocorreram dentro e fora dos centros urbanos. Conhecido por dizer que usava a câmera como “arma”, o fotógrafo renega a neutralidade e oferece um retrato fiel da época, convidando a sociedade a refletir criticamente sobre o impacto da ditadura na liberdade dos brasileiros. 

Saiba mais sobre o tema com a cobertura fotográfica abaixo e com notícia sobre passeata contra violência na ditadura