Hostels se preparam para o aumento do movimento no primeiro semestre

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A Copa do Mundo de Futebol, no meio do ano, e o festival de música Lollapalooza, em abril, pretendem aquecer o mercado hoteleiro nacional. Neste período, o Brasil espera receber 500 mil turistas estrangeiros e movimentar dezenas de milhões de reais, segundo o Ministério do Turismo. Os hostels de São Paulo, cidade que sediará o jogo de abertura da copa, estão se preparando para os eventos. A capacidade do setor, que é de 472 leitos, irá aumentar em até 25%.

“No Uvaia [hostel] já passou gente do mundo inteiro, impressionante”, afirma Fernanda Ribeiro, que trabalha no hostel. A maioria dos interessados nesse tipo de instalação é de turistas jovens, entre 19 e 27 anos, mais conhecidos como “mochileiros” (viajantes independentes que organizam as suas viagens de forma econômica dando prioridade em conhecer a cultura e a história dos locais onde passam. Com muita diversão e aventura).

Hostels são opções econômicas e muitas vezes aconchegantes para se hospedar. Foto: Fernando Turri.

Porém, pelos albergues serem hospedagens de alta rotatividade, com média de dois dias de estadia entre os turistas, o público que o frequenta também varia com o decorrer do ano. “Depende da época”, diz Fernanda. “No comecinho do ano tinha bem mais turista. Assim que começou fevereiro a gente atendeu bastante estudante”, afirma.

A faixa etária das pessoas que procuram os hostels também varia muito. Dependendo da cidade, como em São Paulo, outras atividades que não tem ligação com o turismo atraem públicos diversos, como explica Gabriel Picolo do Tah! Hostel, localizado na zona sul de São Paulo.  “A faixa etária era para ser entre 19 e 27 anos, mas tá vindo uma galera mais velha que vem a trabalho ou fazer uns cursos rápidos”, completa.

Outros serviços exclusivos serão oferecidos, como transporte para os estádios durante os jogos e para o local dos shows durante o evento. “Mas nada mais do que isso, porque o pessoal que fica em hostel quer saber de ficar bem independente”, explica Fernanda.

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério do Turismo, existem 130 albergues com registro regular no Cadastur. O número cresceu desde o final de 2013, quando havia apenas 114 estabelecimentos cadastrados e legalizados. Os hostels fornecerão 3804 leitos em auxílio a rede hoteleira. Ainda assim, profissionais da indústria hoteleira são cautelosos ao reconhecer a credibilidade dos albergues. É o caso do presidente da Associação brasileira da Indústria de Hotéis, Bruno Omori.

“Muitos hostels não são indicados para eventos como a Copa. É um mercado não-oficial que muitas vezes não se consegue mensurar e que não tem uma construção eficiente para um evento”, diz Bruno.

O hostel Uvaia, localizado na Vila Mariana, bairro da zona sul de São Paulo. Foto: Fernando Turri.

É possível checar o registro e a regularidade do lugar pelo próprio site do ministério do turismo, e é aconselhável que os turistas façam isso antes de escolher o melhor hostel. O lugar deve ser seguro, e fornecer tudo que o cliente precisa, como ainda ressalta o presidente.

“Não existe uma regulamentação que diferencie os albergues, de outros tipos de hospedagem como as casas de família, por exemplo. É importante que os hostels tenham uma certa infraestrutura para fornecer aos hóspedes como a vistoria dos bombeiros, cofre na recepção, armário e sistema de ventilação.”

Os hostels (nome dado a hospedagem alternativa, em geral com preços mais baratos) surgiram no Brasil apenas 51 anos depois de se expandirem no mundo inteiro. Apesar de ser um modelo ainda pouco conhecido no país, esse tipo de hospedagem vem crescendo muito, principalmente nas grandes capitais.

 

Fernando Turri e Letícia Teixeira (1 semestre)