Varella, que cobriu a Guerra do Iraque, fala sobre projeto para fotos públicas

Share

A ESPM-SP recebeu, na noite do dia 14 de outubro, o fotógrafo da Folha de S. Paulo Juca Varella, responsável pela única cobertura fotográfica brasileira da Guerra do Iraque de 2003, junto com o também jornalista Sérgio Dávila. O encontro, realizado no auditório Victor Civita, em parceria com a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos de São Paulo (Arfoc), às 19h, foi mediado pela jornalista, escritora e professora, Magaly Prado, e contou com a presença dos alunos de jornalismo da faculdade. Em pauta, o projeto Fotos Públicas, um portal onde são reunidas fotos de domínio público produzidas por profissionais para serem divulgadas de várias maneiras.

Varella fala sobre o projeto Fotos Públicas, um portal onde são reunidas fotos de domínio público. Foto: Cadu Padula

 

Formado em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, Varella, que cobriu também eventos como a Copa do Mundo na França (1998), no Japão e Coreia do Sul (2002) e os Jogos Olímpicos de Sydney (2000), comentou de maneira empolgada sobre o novo projeto: “É um embrião que veio de Ricardo Stuckert, fotógrafo do Lula durante oito anos e que foi o primeiro a divulgar esse tipo de distribuição fotográfica. Nós somos oito, sendo que a maioria já foi editor. Nós sabemos a dificuldade que existe para fechar um jornal ou um portal no final do dia e ficar garimpando fotos em dezenas de sites”, contou Varella.

Segundo o fotógrafo, o projeto visa a “criar uma cesta de opções para editores de blogs, portais ou jornais (grandes ou pequenos), e oferecer um trabalho feito por profissionais, que tem desde a sua origem a natureza pública”.

Varella contou sobre os equipamentos necessários para o trabalho de fotografia, e como as inovações tecnológicas alteraram o modo de fotografar. “Antes, o fotógrafo carregava menos peso quando ia a campo. Hoje, ele vai com uma mochila, extensão, placa de transmissão e bloquinho, uma vez que agora já precisa enviar um material editado e com o mínimo de informação”, disse.

O profissional também conversou sobre os fotógrafos amadores que, atualmente, assumem o papel de jornalistas. “A contribuição de um conteúdo não-profissional agrega, não substitui. Se um helicóptero cai na Barra Funda, e um cidadão filma a queda e fotografa, nós publicamos. Mas na seqüência, já enviamos dois ou três repórteres fotográficos para dar continuidade ao trabalho”, disse. E adicionou: “O profissional é insubstituível. O que há é uma informação captada por um ‘não-profissional’ que foi adicionada ao conteúdo não noticioso daquele jornal”.

O projeto Fotos Públicas já conta com diversas fotos em seu portal oficial, entre elas galerias sobre o XX Campeonato Mundial de Atletismo Master, manifestações no Rio de Janeiro, protestos em São Paulo e seminário sobre Educação em Brasília.

Bianca Giacomazzi e Leonardo Ferreira (2º semestre)