Evento sobre jogos “Go Gamers” tem 2ª edição na ESPM e mantém o sucesso

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O evento Go Gamers, criado pelos professores Vince Vader e Mauro Berimbau, teve, na tarde de 19 de fevereiro, a sua segunda edição, no auditório Vitor Civita. A palestra reuniu fanáticos por videogame e pessoas que, de um modo geral, querem entender o crescimento e a participação do game na vida moderna.

O professor de criação digital e produtor de diversos jogos de tabuleiro e cartas e para mobile começou falando sobre seu material de estudo e os jogos de terror.

Vince disse que os jogos em geral, e principalmente os de terror, fazem com que os usuários se liguem emocionalmente aos personagens. Segundo ele, isto é um dos fatores primordiais para o sucesso de um game. Vince chega a brincar dizendo que a relação jogador/personagem é tão forte que, quando o personagem morre, costumamos dizer “eu morri”, como se fizéssemos parte do jogo. Vader completa dizendo que esta relação não é, como muitos julgam, uma dependência. “A qualquer momento pode-se desligar o videogame para trocar de jogo e personagens”, conclui.

Sobre os jogos de terror, Vince cita o ambiente criado em clássicos como Silent Hill e jogos modernos como Outlast. Aqui, o jogador se sente tenso durante quase todo o jogo, mas este medo constante é aliviado no momento em que o jogador se vê preso em um puzzle, no qual precisa parar, pensar, e, de certo modo, descansar para o próximo susto. Em Outlast você é um repórter que tem em suas mãos apenas uma câmera e um bloco de anotações, e precisa investigar experimentos com seres humanos em um manicômio

Mauro Berimbau

Mauro Berimbau focou sua palestra em explicar e diferenciar advergame e games comuns, foco de seu estudo no mestrado. Para ele, advergame é o mix feito a partir da junção de publicidade com os games.

Beriumbau lembra que o jogo, para ser criado, necessita de investimentos, e que parte deles vem das publicidades que vemos in-game, mas ressalta um ponto: como garantir que o jogador entenda a mensagem, e coloque em sua cabeça a frase que o publicitário pensou.

Segundo Mauro, é muito importante não se esquecer da primeira experiência transmidiática que se tem registro na área. “A banda Mojon Twins, na década de 80, soltou um LP que, ao escutar até o fim, era possível ouvir um chiado, algo muito esquisito, mas que, se gravado em uma fita cassete e colocado em um ZX Spectrum, abria-se um game sobre a banda. Essa é uma ótima definição de AdverGames.”, completa. Mauro define, por fim, que AdverGame é um jogo feito diretamente para a marca.

No fim de sua palestra, Mauro disse que um dos motivos que fazem as pessoas se interessarem por jogos é adquirir um status social. Se você está no nível máximo, você automaticamente está em um nível social maior que os demais, o que lhe garante prestígio. “No Ragnarok, quando você chegava no nível máximo, você recebia como prêmio uma aura, que ficava em volta de seu personagem. Essa aura não mudava nada. Não dava mais força, velocidade, nada, mas te conferia destaque, um status no meio.”, afirma Berimbau

Na parte final da palestra, quando foi aberto o espaço para as perguntas, Vince e Berimbau afirmaram que somos privilegiados. “Hoje qualquer um pode criar um game. Se você juntar 4 amigos seus, você faz um jogo”, afirma Vince. Segundo Mauro Berimbau, isto é muito importante e deve ser aproveitado, tanto por estúdios grandes como pequenos e independentes. Além disso, este momento ilustra o espaço que o game está adquirindo em nosso meio, passando de apenas um “joguinho”, que serve apenas para divertir, para um mercado forte, com investimentos de muitas empresas, mas que não perde sua função primordial: entreter e divertir o gamer.

Rafael Costa (2 semestre) e Gustavo Torniero (1 semestre)