ESPM promove debate sobre a legalização das drogas

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Com o intuito de promover uma discussão saudável, a ESPM Social organizou no dia 6 de setembro um debate entre a ex-vereadora Soninha Francine e o professor Pedro Calabrez,  moderado pelo professor Pedro de Santi. O assunto abordado foi a polêmica questão da legalização das drogas no Brasil – a maconha, em especial.

A palavra inicial foi dada à convidada Soninha, que expôs sua opinião a favor da legalização da maconha, deixando claro que legalização é diferente de liberalização. Para ela, a droga deveria ser permitida sob determinados termos, isto é, regida por leis. O governo deveria regulamentar a produção e distribuição, seus pontos de venda e a idade mínima para consumo. Propaganda e marketing de substâncias entorpecentes deveriam ser proibidos, pois ela acredita que esses meios influenciam a mente das pessoas.

Adotando tais medidas, Soninha acredita que o governo estaria resolvendo outro assunto delicado e relacionado à questão: o tráfico. Ao tomar em suas mãos algo que está sob o controle dos traficantes, o Estado eliminaria uma onda desnecessária de mortes relacionadas ao comércio ilícito.

Calabrez então aprofundou o assunto do tráfico, ressaltando que uma política de inclusão seria imprescindível para o ex-traficante que, dificilmente, se contentaria em abandonar o crime. Descrente, ele pensa que o Estado não suportaria o ônus social causado pela legalização da droga. Além disso, apontou que o Brasil não possui estrutura de saúde e educação suficiente para arcar com as consequências inevitáveis, a exemplo do que pode ser observado em sociedades nas quais a maconha é liberalizada.
Profissional da neurologia, Calabrez expôs estudos que comprovam que o consumo de drogas afeta drasticamente áreas do cérebro do indivíduo que tem entre 0 e 18 anos.  Ele acredita que com a legalização, o consumo da maconha nessa faixa etária – que já é grande – iria aumentar.
Para finalizar seu raciocínio, o professor abordou a questão moral. Ele acredita que a melhor forma possível de se viver é a escolhida pela própria pessoa. As escolhas devem estar na alçada do indivíduo, não de instituições reguladoras. “Quando se quer se drogar, beber, tomar café, comer McDonald’s, se deve pensar nas consequências para você e a sociedade. Pensar é fundamental e é o objetivo do debate de hoje”, afirmou.

O debate foi finalizado com perguntas da plateia e uma reflexão: superficialmente, a liberação da droga talvez seja o caminho mais fácil, mas o tema traz questões mais profundas do que essa.

Natália Picanço (2º semestre)