2ªJJ: Editora da Abril questiona o fim das revistas na Jornada de Jornalismo

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“A Capricho não fechou e por isso eu estou aqui”. Foi com essa frase que Tatiana Schibuola, editora de revistas da Abril, começou sua apresentação na 2ª Jornada de Jornalismo da ESPM, esclarecendo os boatos de que a revista teen de maior circulação do Brasil poderia parar de ser publicada. A palestra abordou o tema “O online vai matar as revistas?”, apresentada no Auditório Renato Castelo Branco, no campus da rua Dr. Álvaro Alvim, em São Paulo”.

Para editora da Abril, "revista deixou de ser sinônimo de uma coisa publicada". Foto: Naíla Almeida

Tatiana citou Clay Shirky ao dizer que a reposta à pergunta tema da palestra pode ser “sim”, entretanto, para e editora, a revista é uma marca que se relaciona com um público-alvo, e elas têm sobrevivência se souberem trabalhar, engajar suas comunidades e oferecer ao seu público o que ele quer.

A editora comentou sobre o fim da revista Gloss, da qual era editora: “Foi uma surpresa ela ter saído de circulação, era uma das líderes do segmento revista avulsa, vendida em supermercados, bancas, livrarias”. A jornalista mencionou partes da história de Capricho que já tem mais de 60 anos de impressão. Ela disse que, no começo, era voltada para a publicação de fotonovelas e a na década de 80 passou a ser exclusiva do público adolescente.

Para a jornalista, a falência de várias revistas, cerca de 300 a 400 por ano no mundo todo, de diversos segmentos é, principalmente, causada pela crise financeira de 2008 e a expansão da internet como meio de informação gratuito. Porém, Tatiana considera que as revistas não perderam e nem perderão sua importância, como mostra o novo filme da cineasta Sófia Coppola The Bling Ring inspirado em uma matéria da revista americana Vanity Fair (publicada em março de 2010) sobre a gangue de adolescente “Bling Ring”, que assaltou mansões de várias celebridades de Hollywood.
Ela também analisou as inovações no mercado, publicações que se aproximam da linguagem dos blogs e se distanciam da objetividade jornalística, como a revista australiana Frankie, que aborda temas femininos de uma maneira mais divertida, e surgiu a partir de um portal.
A palestra teve seu fim com uma serie de perguntas feitas pelos alunos e professores de jornalismo da ESPM, todas respondidas com competência por Schibuola. A editora respondeu que aborda temas como a homossexualidade com “naturalidade” na Capricho, mas sentia mais liberdade na Gloss.

Segundo a jornalista, o impresso e o site da revista são as âncoras da marca e as pautas presentes nela são feitas com assuntos criativos, instigantes da quinzena em que a revista será posta em circulação de “ um jeito que ainda não apareceu”.

Naíla Almeida (1º semestre)