Construção de condomínio na rua Conselheiro Rodrigues Alves gera polêmica

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Estado embargou obra do Boulevard Ibirapuera no começo do ano. Foto: reprodução

 

No dia 17 de janeiro deste ano, a obra do condomínio de luxo Boulevard Ibirapuera, na região de Vila Mariana, foi embargado pelo Ministério Público Estadual. Um grupo de moradores denunciou, por meio de uma petição pública, a existência de um rio. O documento chegou ao Ministério com quase 5 mil assinaturas.

No centro da polêmica, o rio Boa Vista, que foi canalizado em 1960 e corta o terreno. Isso inviabilizaria a construção, já que a legislação ambiental brasileira não permite novas edificações à beira de corpos d’água. A construtora nega a existência do rio. Em nota, a empresa diz: “Não foi indicada qualquer irregularidade na execução da obra, cujo projeto foi devida e corretamente aprovado pela Prefeitura”.

Além do aspecto ambiental, existe a questão urbanística também. O empreendimento fica na altura do número 500 da rua Conselheiro Rodrigues Alves e, segundo publicado no site da construtora, possui três torres de 27 andares, com dois apartamentos por andar. São 156 apartamentos e seis coberturas duplex com, respectivamente, 246 metros quadrados e 391 metros quadrados.

As vagas na garagem variam de quatro a cinco. Estima-se que os valores das unidades podem chegar a R$ 5 milhões. É claro que, com tantos apartamentos assim, o fluxo de gente e principalmente de carros na região vai aumentar.

Trânsito

A moradora Vera Abrãao, de 57 anos, afirma que o trânsito intenso já causa um enorme transtorno em horários de pico. Ela avalia que é muita irresponsabilidade e falta de planejamento urbano permitir a construção de novos prédios.

O balconista Ronaldo Santos, de 28 anos, também reconhece o caos em que vai se transformar o trânsito local por conta do empreendimento, mas pensa também no lucro que vai ter com o aumento de clientes no restaurante onde trabalha.

Segundo um urbanista que não quis se identificar, é uma tendência o aumento de construções nas grandes cidades. Esse processo, por conta também da urbanização crescente, faz com que os bairros fiquem cada vez mais lotados de prédios, mudando o fluxo de carros e pessoas em algumas regiões. “É um processo inevitável. As pessoas não param de nascer, e de se desenvolver economicamente. O mercado imobiliário vem passando por um boom e cada vez mais surgem novos empreendimentos, alterando a dinâmica das regiões em que são construídos”, diz o profissional.

Apesar da polêmica, as torres do condomínio já estão construídas e a tendência é que os prédios logo estejam habitados.

 

Mariana Miranda (1° semestre)