Conflitos entre torcidas geram polêmica no futebol mundial

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Peça essencial para trazer ânimo aos times e garantir o clima festivo do mundo do futebol, as torcidas organizadas também podem se revelar protagonistas de casos de violência. O problema é recorrente no Brasil: no início de março, a Mancha Verde, tradicional torcida palmeirense, foi ao aeroporto de Buenos Aires agredir os jogadores da equipe paulista após uma derrota por 1 a 0 para o Tigre, em jogo pela Copa Libertadores. O goleiro Fernando Prass acabou com pequenos ferimentos na cabeça.

Conflitos entre torcidas organizadas pode afastar público dos estádios, segundo torcedores. Foto: divulgação

Casos globais também são comuns: em 2012, 74 pessoas morreram em um confronto violento após o jogo entre Al Ahly e Al Mahsr, no Egito. A pena aplicada aos 19 responsáveis foi rigorosa: enforcamento.

Já no cenário europeu a punição reduziu drasticamente os incidentes. Após o banimento dos “hooligans’’ (membros das organizadas inglesas), os estádios europeus praticamente não sofrem com casos de confusão entre torcidas. Os resquícios de problemas aparecem na Turquia, onde a rivalidade religiosa se mistura com o futebol, acirrando de maneira explosiva os ânimos.

A punição e a restrição às torcidas que apresentam práticas violentas são mecanismos eficientes para controlar os ânimos nos estádios. Na Europa, após décadas de violência, os hooligans das torcidas organizadas foram banidos, o que reduziu de modo significativo os registros – exceção para a Turquia, onde futebol e religião se combinam em uma mistura explosiva de rivalidade. Até agora, o episódio da Mancha Verde no aeroporto não teve nenhuma penalidade. O presidente do Palmeiras prestou queixa contra os responsáveis pela agressão. O jogador agredido, Fernando Prass, ficou indignado com o incidente: “Pensei em sair do clube”.

Membros de outras torcidas palmeirenses têm opiniões diversas. Henrique Fittipaldi, membro de uma das principais organizadas do Palmeiras (Savóia), não condenou completamente os agressores do time. “Disseram que o Valdivia ofendeu a torcida no estádio, o que de certa forma justifica a atitude. Cada um tem que assumir as consequências das atitudes, seja jogador ou torcedor. Nunca fui a favor de bater em jogador, se for pra cobrar alguém com violência, no meu ponto de vista, tem que cobrar a diretoria”, diz.

Em relação às penas aplicadas, o associado discorda das formas usadas pelas autoridades: “Hoje, o foco é punir a torcida de forma geral. Dificilmente punem a pessoa isolada. Isso não adianta nada, as pessoas frequentarão o estádio, estando a torcida punida ou não”, argumenta. Renan Sant’Ana, membro da torcida Comando Azul, do São Caetano, diz não concordar com a impunidade: “Acho que os causadores da confusão deveriam ser identificados e indiciados de acordo com a gravidade do ato, afirmou.

Uma preocupação geral entre os torcedores é a de que, pouco a pouco, a violência nos estádios pode reduzir o número de interessados em assistir aos jogos presencialmente. “Este grupo (que comete a violência) pode prejudicar o torcedor que vai para se divertir. O pensamento do torcedor normal será de que ele estará sozinho, num grupo pequeno, ou com a família. No caso de uma confusão, o risco é muito grande. Fatalmente, os grandes clássicos poderão ser afetados no quesito quantidade de torcedores”, disparou Daniel da Mata Amorim, 34 anos, frequentador assíduo de jogos de futebol há mais de duas décadas.

Nicholas Devezas (1º semestre)

 

3 Comments

Cristiano Ronaldo 1 de abril de 2013 - 16:32

Muy bueno,sigue así chico,abrazos

RENAN ALVAREZ 1 de abril de 2013 - 16:37

BOA SEU LINDO, ESTA MATÉRIA ESTÁ DEMAIS, VOCE TEM MUITO FUTURO COM CERTEZA!!!

Enio Moraes Júnior 4 de abril de 2013 - 14:23

Parabéns pelo texto: bem escrito e abalizado. Continue assim!

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