Com promessa de seriedade e rigor jornalístico, Fala Bandana vem conquistando torcedores do SPFC

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Idealizado em 2015, canal do YouTube está em constante crescimento e começa a cair no gosto da torcida

Leonardo Scudere e Renan Gabriel (3º semestre)

Foto: Reprodução/Fala Bandana. Gabriel (esquerda) e Bandana (direita) durante gravação de pós-jogo.

Criado para falar especificamente do São Paulo Futebol Clube, o canal Fala Bandana vem crescendo e se tornando cada vez mais famoso entre os torcedores do time do Morumbi, alcançando a marca de 67 mil inscritos. Neste momento, contam com quatro integrantes, focando mais em seu canal no YouTube, são eles: Bandana (idealizador do projeto e apresentador), Gabriel Perecini (comentarista e apresentador), Vivian Lourenço (produtora e editora) e Daniel Crepaldi (editor de vídeo).

Antes da criação do canal, Bandana participava do Arquibancada Tricolor, antigo fórum de debates e atualmente blog e canal do YouTube, também feito para falar do São Paulo. Quando ainda estava no Arquibancada, Bandana foi convidado a cobrir o lançamento de um DVD em homenagem ao centésimo gol de Rogério Ceni pelo clube. Para chamar a atenção, resolveu vestir uma bandana e como o ex-goleiro estava muito cobiçado, decidiu entrevistar o então diretor, Adalberto Baptista. No entanto, Ceni não percebeu que se tratava de uma entrevista (por não ter um microfone na gravação) e resolveu interromper dizendo “Fala, Bandana”, dando nome ao, na época, futuro canal.

Segundo Bandana, após esse acontecimento ele passou a gravar vídeos para falar sobre o dia a dia do clube, e, com a evolução, o projeto se expandiu chegando até a cobertura dos jogos. Por conta das outras atividades do Arquibancada que não deixavam espaço para os vídeos que ele produzia, resolveu criar seu próprio canal.

Atualmente, o canal é sustentado por patrocínios e investimentos feitos pelos integrantes do canal, vindos de suas outras atividades. “Trabalho em uma agência de publicidade, apesar de ter me formado em jornalismo. Estou no canal desde o primeiro dia, pois eu e o Bandana já nos conhecíamos”, conta Gabriel Perecini.

Criado em 2015, o canal ainda está em crescimento, e neste ano vem com uma boa média de visualizações, com picos de mais de 30 mil. Curiosamente, os maiores picos são nas melhores fases do time – abril (mês em que o clube disputou a final do Campeonato Paulista) e agosto (chegada de Daniel Alves – e no pior momento do ano – fevereiro (eliminação na pré-Libertadores, para o inexpressivo Talleres-ARG).

Segundo Bandana, os motivos para um crescimento constante, porém não tão alto, são as suas outras atividades e uma não utilização do sensacionalismo. “Não praticamos clickbaits (títulos exagerados, sensacionalistas, visando aumentar a audiência) e evitamos trabalhar com polêmicas e/ou especulações com o objetivo puro de crescer. A qualidade da mensagem, a lisura e o rigor jornalístico são nossos objetivos. Além disso, não recebemos brindes, qualquer coisa recebida é sorteada em nome do doador no canal, e não aceitamos qualquer patrocinador concorrente de um patrocinador do clube”, conta o idealizador do canal.

Esta ideia corrobora com o que pensam os seguidores que comentam nos vídeos. Para Raphael Oliveira, 20, estudante de administração, essa é uma das razões para preferir o canal, e não os outros. “Acho que é um dos principais motivos para eu preferir o Fala Bandana é essa ideia de ir direto ao ponto. Não precisam ser aquele tipo de canal ‘caça-cliques’”, diz.

Quanto à influência do clube, Bandana diz não aceitar dinheiro da instituição e mesmo credenciados pela Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo), todos os integrantes do canal são sócio-torcedores do clube, além de comprar o ingresso que utilizariam caso não tivessem suas credenciais. “O clube não participa diretamente do conteúdo que produzimos. Somos credenciados via ACEESP como qualquer setorista da agremiação e fazemos o registro histórico e jornalístico do São Paulo pelos olhos do torcedor. Além disso e apesar de sermos credenciados como imprensa, compramos os ingressos que iríamos utilizar nos jogos além de mantermos um plano de sócio-torcedor”, conta Bandana.