Chega ao fim mês dedicado ao Câncer de Mama: Outubro Rosa

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O Diretório Acadêmico Guerreiro Ramos, em parceria com a ESPM Social, promoveu na última terça-feira de outubro uma palestra sobre o câncer de mama. A palestra com uma representante do Instituto Oncoguia e do Banco Auto-Estima aconteceu no auditório Civita, às 14h, e as duas especialistas relataram aos alunos e alunas da ESPM-SP os cuidados e experiências com o câncer de mama, além da função social do Instituto e do Banco.

O mês de outubro foi um mês inteiramente dedicado à luta contra o câncer de mama, por meio do movimento internacional conhecido como Outubro Rosa. A iniciativa surgiu nos Estados Unidos, em 1997, com o intuito de conscientizar a população da prevenção da doença através do diagnóstico precoce.

Nesse sentido, desde 2002, todo mês de outubro no Brasil são realizados gratuitamente exames de mamografia, considerado um dos maiores métodos para a detecção precoce do câncer. Além dos exames, são promovidas palestras, caminhadas e outros eventos.

No país, a primeira a iniciativa relacionada ao Outubro Rosa ocorreu em 2002, com a parceria entre um grupo de mulheres ligadas à causa e uma empresa européia de cosméticos. A parceria resultou na iluminação rosa do monumento do Obelisco, localizado no Ibirapuera, fazendo alusão à campanha.

Em 2008, o maior símbolo monumental do país, Cristo Redentor, foi utilizado para divulgação da campanha. A iluminação cor de rosa do Cristo (cor do laço que simboliza o câncer de mama) fez referência à campanha. Entre 2008 e 2009, com o maior apoio da mídia, a campanha repercutiu no país, e empresas e entidades passaram a divulgá-la.

 

Outubro Rosa em Santana de Parnaíba. Foto: Urssula Nobre
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Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), não há uma causa específica para o câncer de mama, mas sim, uma série de fatores: ambientais (como o consumo de bebida alcoólica, o sobrepeso e o sedentarismo), hormonais (engravidar após os 30 anos, ter feito reposição hormonal pós-menopausa) e genéticos (histórico familiar da doença). Uma das formas de reduzir o risco de desenvolver a doença é por meio da amamentação, realização de atividade física e alimentação saudável.

A coordenadora do Instituto Oncoguia, Ana Paula Olivati, explica a relação entre a idade e a probabilidade de câncer. “Ainda não temos uma resposta científica em relação aos motivos, mas acredita-se que o aparecimento do câncer possa ter relação com o acúmulo de mutações genéticas no organismo ao longo da vida, seja em razão de processos inflamatórios, seja como consequência de causas ambientais como o tabagismo, obesidade…”.

Sobre o aumento do número de câncer de mama no país, Ana Paula explica que, além das dificuldades de atendimento e infraestrutura no país, há barreiras relacionadas a questões individuais, como o preconceito. Uma das formas de diminuir a incidência, segundo ela, é por meio da informação e conscientização da população.

No Brasil, o câncer de mama é um assunto de relevância, por ser, segundo o Inca, o câncer mais comum em mulher de todas as regiões do país (com exceção da região Norte) e a cada ano ter um aumento significativo no número de incidência e mortalidade. O governo procura, diante dessa problemática, criar programas que ofereçam serviços para a identificação e prevenção do câncer, assim como o tratamento e a recuperação.

Alguns exemplos de políticas de saúde do governo são: o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (1980) (tratou não apenas do câncer de mama, mas também de outras doenças que atingem mulheres), Programa Viva Mulher (1998), Política Nacional de Atenção Oncológica (2005) (política destinada a variados cânceres) e o Plano de Ação para o Controle dos Cânceres de Colo e de Mama (2005).

Evelin Scarelli,26, ex-paciente de câncer de mama e dona do blog Lenço Cor de Rosa, falou sobre a função da campanha alertando que se trata da detecção precoce, e não da prevenção. Além disso, alertou as mulheres sobre o auto-exame, que é dever do médico, e não da mulher.  “A mulher deve ter o auto-cuidado. Continuamos a dizer que é preciso conhecer o próprio corpo e saber os indicativos de que há algo errado”.

Sobre a data especial, Evelin concluiu: “Eu acho importante (ter o Outubro Rosa). A gente vem de uma sociedade que ainda não recebe o câncer da melhor maneira possível, então falar sobre o câncer hoje é muito difícil. Costumamos dizer que o “Outubro Rosa” não é só outubro; temos o ano inteiro para divulgar e realizar detecção precoce”.

Bianca Gomes (1 semestre)