“Cesta básica” para cachorros pode sair mais cara que a de alimentos

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Muitos querem ter um animal de estimação, no entanto, para cuidar bem do animal, é necessário ter algo além da vontade: dinheiro no bolso. No caso de um cachorro, por exemplo, as cifras são altas. Segundo levantamento realizado pelo Portal de Jornalismo, uma cesta básica canina pode chegar a R$ 290,00 em uma conhecida loja “pet” de São Paulo, valor superior a uma cesta básica de alimentos de Aracaju (SE).

Além dos produtos básicos caninos, há gastos com banho e tosa. Foto: David Frare

 

De acordo com o portal Agência Brasil, utilizando dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço de uma cesta alimentícia na capital sergipana, a mais barata entre as capitais brasileiras, é de R$ 239,36.  Ainda inferior ao valor da cesta canina paulistana estão a cesta alimentícia de Salvador (BA), R$259,73, e Campo Grande (MS), R$264,87.

Na cesta básica canina criada pelo Portal de Jornalismo constam itens básicos, como coleira, bolinhas, ração básica, portão, tapete higiênico e almofadas.

“Muitas pessoas esquecem que os cães são dependentes do homem, ou seja, se eu sou pobre, não terei condições de pagar pela tal cesta”, diz Antonio Notarangeli, 18, estudante de economia da Universidade de São Paulo. “Além disso, o que seria uma cesta canina? Uma coleira é realmente um bem necessário para um cachorro de rua, por exemplo? É necessário ter um consenso maior a respeito disso”, complementa.

O engenheiro André Ferreira, 47, classifica o fato como uma ‘distorção da vida moderna’. “O aumento do número de animais domésticos, principalmente nas grandes cidades, e a grande procura por serviços e acessórios para os pets, elevaram os preços destes itens além do razoável. É inacreditável que algumas pessoas gastem com a manutenção de um cão mais do que muitas famílias têm para criar um filho”, analisa o engenheiro.

Já a empresária Karina Alves, 45, dona do cão Malla, da raça poodle, ainda adiciona outros gastos além dos objetos citados na cesta. “Além da ração e os brinquedos, há o banho, a tosa. É realmente muito caro.” Karina, no entanto, faz questão de mostrar o lado bom de ter um cachorro como animal de estimação: “Apesar de tudo, é um esforço valioso. Vale a pena. Você cresce (na vida) e se torna mais responsável. Cuido dela como se fosse minha filha e não me arrependo”, finaliza.

O Brasil é hoje, de acordo com notícia publicada no portal do Jornal da Globo, o segundo maior mercado de animais de estimação do mundo. Em 2012, o setor faturou cerca de R$ 14,2 bilhões.

Leonardo Ferreira (2º semestre)