Brasil “exporta” brasileiros para os EUA

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Histórias de brasileiros que viajam anualmente para os Estados Unidos para renovar seus guarda roupas e seus aparelhos eletrônicos têm se tornado comum nos últimos anos. Dados de 2011 do Departamento de Comércio dos EUA, publicados pelo jornal Folha de S. Paulo, mostram que o brasileiro é o 3° turista que mais gasta no país, ficando à frente de franceses, alemães e sul-coreanos, e somente atrás dos viajantes japoneses e britânicos. Na última estatística de 2003, os brasileiros aparecem apenas na 7ª posição. A mudança no hábito de alguns consumidores brasileiros não é por acaso. De acordo com Orlando Fernandes, professor de economia da ESPM, o bom momento econômico do Brasil nos últimos anos explica, em parte, os dados divulgados. Para o professor, o crescimento da economia acarretou em um aumento da massa salarial que permitiu maior mobilidade social e a respectiva incorporação de milhões de pessoas à classe média. Outro fator importante é o fortalecimento do real frente às demais moedas, o que propiciou um maior poder de compra dos brasileiros no exterior, explica Fernandes. Para ter uma ideia, em 2003 cada dólar valia R$ 3. Hoje, está em torno de R$ 1,80, complementa.

Para Arnaldo Mendes, professor de marketing da ESPM, viajar para fora do país é uma forma de confirmação de status. Com a ascensão da classe C para a B, a viagem para exterior é uma forma de validar essa melhora de vida. Mendes acredita ainda que o brasileiro está confiante com o futuro do país e, portanto, disposto a gastar.

Desde 2005, a consultora de moda Angélica Lobo, viaja para os Estados Unidos a cada dois anos para fazer compras, incentivada pelo crescimento econômico brasileiro. Só com a diferença de preço, já consigo pagar a passagem do avião. Comprar lá acaba ficando até 40% mais barato mesmo com os impostos, diz. Em sua última viagem, a consultora ficou 13 dias nos EUA, e voltou com 12 malas.

 

Bruno Gregório (2º semestre)