Na última segunda-feira, 2 de maio, foi divulgada a decisão do juiz de Sergipe, Marcel Montalvão, que determinou o bloqueio do aplicativo WhatsApp por 72 horas em todo território nacional. A atitude foi tomada pela Justiça após a empresa negar informações entre dois investigados criminais. Desde o início do mês de abril, o aplicativo lançou uma atualização que disponibilizou um novo sistema de segurança de criptografia, tornando as mensagens exclusivas apenas àqueles que participam da conversa, dificultando ainda mais as ações investigativas da justiça.
O serviço do aplicativo tornou-se indispensável, tanto nas relações pessoais quanto nas relações profissionais. A reportagem do Vila Mariana foi às ruas em busca de informações sobre como esse bloqueio interferiu no cotidiano de funcionários e proprietários de estabelecimentos locais.
A Max Lanches, lanchonete do bairro, resolveu a falta do app com a volta do uso do telefone ou por SMS. Antônio Duarte, dono do estabelecimento, afirmou que hoje em dia tudo é pelo WhatsApp. “Os fornecedores oferecem a mercadoria através do Whats”, e complementa dizendo ser contra a ordem de bloqueio do aplicativo, sugerindo medidas menos radicais, como por exemplo, multas.
O telefone e o SMS também foram uma ótima alternativa para Ana Beatriz Souza, recepcionista e filha da proprietária do salão de beleza Edna Cabelereiros, localizado próximo ao prédio da ESPM. A funcionária informa que o contato com a clientela se deu por meio das ligações e revela que alguns utilizaram o aplicativo Viber para marcar seus horários. “Para a maioria dos clientes, minha mãe mandou mensagens, outros instalaram o Viber, e então começaram a conversar”, explica.
No caso de Rude Barbieri, proprietário do Túnel do Tempo, mistura de um restaurante vegano e com brechó, a saída foi baixar o Telegram, outro aplicativo semelhante ao WhatsApp, que oferece um serviço em que as mensagens ficam disponíveis num certo período de tempo e depois são excluídas automaticamente.
Até o fechamento dessa matéria, o Whatsapp reestabeleceu o serviço em todo Brasil, graças à decisão do desembargador Ricardo Mucio Santana de Abreu Lima, que revogou a liminar anterior proibindo o aplicativo.
Por Maju Silva e Victor Pupo (3o e 1o semestre)