Áustria respira arte e cultura, além de altamente “instagramável”

Ópera de Viena

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Amanda Krainer (8º semestre)

Localizada na Europa Central, a Áustria faz fronteira com Alemanha, Eslováquia, Eslovênia, Hungria, Itália, Liechtenstein, República Tcheca e Suíça. A população austríaca é estimada em 8,7 milhões de pessoas e seu território abrange cerca de 83.800 quilômetros quadrados. Além disso, faz parte da União Europeia e da Zona do Euro. Dividido em nove estados, o país ainda conta com uma subdivisão de distritos e municípios, e a língua oficial é o alemão.

O país conta com um território mais montanhoso e é conhecido pelos seus famosos alpes. No inverno, a prática de esportes como ski e snowboard deixa as cidades cheias de turistas que buscam diversão na neve. No verão, o clima é ameno e as cidades têm outro charme nos dias mais quentes, o que faz com o que o país seja lindo em qualquer época do ano. Visitei a Áustria em março deste ano, peguei os últimos dias de inverno e uma média de 5º a 10ºC. Para mim, que amo frio, estava agradável para “turistar”, pois não estava muito quente nem absurdamente frio (considerando que já peguei -20ºC em outra viagem).

Cheguei à capital, Viena. Não esperava menos do que uma cidade que respirava arte e foi o que eu encontrei. Por onde você anda há artistas de rua, muitos museus, parques, estátuas, óperas, balés, concertos e peças de teatro. Quando viajo, gosto de mergulhar de cabeça na cultura local e fazer o que as pessoas que moram, ali, também fazem, tanto que não fico mais em hotel, somente em apartamentos de moradores locais, assim, quando pego as chaves, eu já tenho um primeiro contato com alguém da cidade, aproveito e peço dicas do que fazer, onde comer, mesmo com meu roteiro pronto.

No primeiro dia, fui em busca de um ingresso para assistir a alguma apresentação na Ópera de Viena, considerada uma das mais bonitas do mundo, mas me decepcionei ao saber que as próximas atrações já estavam todas esgotadas e só teria entradas disponíveis para os dias em que eu não estaria mais na cidade. Pelo menos consegui fazer um “tour” guiado, o que me fez me deixar com mais vontade de voltar e assistir algo lá, ainda mais por saber que é acessível a todos e os ingressos começam a 5 euros.

A cidade tem um parque de diversões considerado o mais antigo do mundo. O Viena Prater, que foi utilizado por séculos como área de caça, em 1766 foi aberto ao público. Muitos brinquedos são mantidos em ótimas condições e são as únicas áreas pagas. A famosa Roda-Gigante de Viena é um dos símbolos da cidade e foi inaugurada em 1897, passou pela Primeira Guerra Mundial e parte dela foi destruída na Segunda Guerra, precisando ser reconstruída. O parque tem seu charme “vintage” que combina com a cidade, mas também tem atrações mais modernas e “da moda” como o famoso museu de cera Madame Tussauds.

Em Viena, está localizado o Museu Belvedere, que, antigamente, era uma casa de verão de um príncipe, Eugênio de Saboya. Hoje, o museu conta com coleções de pinturas barrocas, medievais, neoclássicas, entre outras. Mas as obras que chamam mais atenção são as pinturas de Claude Monet, Vincent Van Gogh e Gustav Klimt. Muitos vão para ver “O Beijo” de Klimt.

Outro museu é o de História Nacional. Bem diferente do citado anteriormente, conta com exposições sobre pedras preciosas, esculturas pré-históricas, espécies de animais paleontológicos e evolução do homem, ou seja, tudo o que diz respeito à nossa história como mundo, como seres humanos. São dois andares de exposição, mas o prédio é enorme e maravilhosamente lindo. A arquitetura da cidade é um show à parte!

Viena conta com muitos palácios e um deles que visitei, até porque não são baratos e, infelizmente, não dá para conhecer todos: foi o Schönbrunn. A residência que era utilizada pela família imperial austríaca, hoje é aberta ao público e mostra a mobília da época utilizada por eles. Muita coisa de ouro, prata e absurdamente grande, alto, majestoso. Existem valores diferentes para cada passeio, fiz um tour médio e saí satisfeita, mas não se pode tirar foto lá dentro. Vale a pena a visita ao palácio e aos jardins que ficam no entorno!

Além disso, as igrejas, para mim, são pontos turísticos obrigatórios. Amo ver a arquitetura de cada uma, a riqueza ou a simplicidade, os detalhes, o estilo, os bancos, as cores, as luzes naturais que entram pelos vitrais. Acho sensacional. A maioria é gratuita, uma ou outra, às vezes, com a necessidade de pagar, seja para entrar na igreja ou para entrar na área restrita que fica mais perto do altar, ou para subir nas torres.

 

Innsbruck

Além de Viena, fui para Innsbruck, uma cidade que fica, mais ou menos, 470 km distante da capital. Para se ter uma noção do quão pequeno é o país, praticamente cruzei a Áustria em apenas 4 horas, de trem. E por falar em viajar de trem, que viagem! Vi paisagens incríveis, vi sol, chuva, neve, montanha, pequenos vilarejos e passei por cidades conhecidas, como Salzburg.

Innsbruck é a capital de um dos estados da Áustria, Tirol, e está localizada ao oeste do país, mais próximo da Alemanha e Itália. A cidade é cortada por um rio que se chama “Inn” e a palavra “bruck” significa ponte, portanto Innsbruck significa a “Ponte do Rio Inn”.

A cidade é pequena, estilo cidadezinha do interior onde tudo fecha cedo, mas com um charme por ter as montanhas rodeando a cidade. Além disso, um dos cartões postais da cidade são os prédios baixos, coloridos e colados uns aos outros, e, claro, com as montanhas ao fundo. No primeiro dia, ainda não havia me acostumado com as montanhas nevadas, e sempre que entrava em alguma rua, com aquela vista, ficava em choque. Para mim era surreal o tamanho delas!

Subi em uma montanha, Nordkette, que tem 2.637 metros. O passeio é um pouco  caro, 36,50 euros por pessoa, mas a vista vale cada centavo. Por ser uma estação de ski, o que mais se vê são pessoas praticando o esporte. No dia que fui, havia poucos turistas, mas o suficiente para encontrar um casal de brasileiros que mora, coincidentemente, em São Paulo, na Vila Mariana!

Na cidade ainda é possível subir na torre Stadtturm, que nos tempos medievais era utilizada como ponto de observação. Vale a pena subir os 133 degraus, pois a vista panorâmica da cidade é incrível! E, ao lado, está um dos símbolos de Innsbruck, o Goldenes Dachl, uma construção dos anos 1.500 que tem o telhado com mais de 2.700 telhas de cobre dourado.

De Innsbruck ainda dá para tirar algumas horinhas para conhecer a cidade vizinha Wattens. A menos de meia hora de ônibus, é possível conhecer a cidade onde foi criado o Swarovski. A sede da empresa, o museu e a maior loja de Swarovski estão lá. O passeio é muito legal e “altamente instagramável”!

Se você foi para Áustria e não comeu schnitzel, então você não foi para Áustria. O prato mais tradicional do país é como se fosse o nosso bife à milanesa, uma carne bem fina, normalmente de vitela ou porco, empanada, frita e servida com batatas e salada. O restaurante com o schnitzel mais famoso de Viena é o Figlmüller, criado em 1905, e se você não tiver reserva talvez tenha que aguardar numa imensa fila.

Outra comida popular é o käsekrainer (sim, parece meu sobrenome) essa é mais street food, mas faz tanto sucesso quanto o schnitzel. O käsekrainer é um pão com linguiça recheada com queijo e acompanha ketchup e mostarda. Você encontra em qualquer esquina e é tão tradicional que os vienenses comem o lanche após saírem dos espetáculos na Ópera, e de sobremesa comem a wafer Manner, tradicional da capital austríaca.

Além disso, em Viena você encontra a torta mais conhecida do país: torta Sacher. Criada em 1832, a torta de chocolate com damasco leva o nome do hotel de luxo que existe até hoje. Por ser um ponto turístico, provavelmente terá fila de espera para você entrar no café, mas o ambiente todo em veludo vermelho faz valer a espera.

E, estando na Áustria, eu não poderia deixar de falar da cerveja. A Áustria é um dos países que mais bebe cerveja no mundo. São muitas opções nos mercados e restaurantes. Se você pedir uma pequena, vai vir no mínimo meio litro, e é algo que eles consomem muito, tanto pela cultura quanto pelo preço, porque é barato.

Os austríacos são um povo mais fechado e eu passei por duas situações desagradáveis. Em uma foram grossos, na outra mal-educados e fiquei um pouco chateada, sim. Mas antes de ir embora, um funcionário do trem que ia para o aeroporto, muito bem-humorado e super divertido, fez todos rirem em português, inglês e alemão, e quebrou toda aquela imagem ruim que eu havia criado anteriormente.

Conhecer a Áustria sempre foi uma vontade minha, principalmente por saber que meus antepassados vieram de lá.  É um país lindo que deve ser visitado e “turistado” de trem. As paisagens são incríveis e as cidades maravilhosas. Clique para ver a galeria de fotos!