Atelier de luteria, arte de criar e restaurar instrumentos, encanta o bairro

A porta de madeira separa o caos da paz. É por trás da pequena placa dizendo “Atelier de Luteria” do número 387, na Rua Marselhesa, Vila Mariana, que encontramos Paulo Gomes, o luthier. Há 35 anos ele vem fazendo seu trabalho não só no bairro, mas no mundo.

Luteria é a arte de criar e restaurar instrumentos. E esse é o trabalho de Gomes, que passa a maior parte do dia se dedicando ao mundo da música. Hoje luthier,  mas costumava ser músico.  Tocava nas noites de São Paulo e já até foi para o exterior. Sua carreira foi sendo construída aos poucos e hoje coleciona contatos importantes que fazem com que ele e seu Atelier sejam queridos ao redor do mundo.

Não há propagandas sobre o Atelier, Paulo afirma que toda a clientela que frequenta o espaço é resultado de indicações de outras pessoas. O sucesso estourou, na verdade, com a vinda de Gary Karr, contrabaixista americano, ao Brasil. Foi com amizades como essa que Paulo conseguiu ir à Nova York e espalhar seu trabalho para outros cantos do mundo.

O local, que divide espaço com a casa do luthier, é aconchegante, mas ainda não está exatamente do jeito que Paulo deseja. “Ainda está em obras, num processo de mudança”, afirma. É lá que Gomes se sente bem e cria um ambiente confortável para seus clientes.

Com mais de 1910 instrumentos restaurados, o Atelier conta com apenas Paulo como luthier atualmente. Houve uma época, segundo Gomes, que as portas estavam abertas para novos profissionais. Inclusive dois estrangeiros fizeram estágio e aprenderam técnicas com o luthier brasileiro.

Para Gomes, o destino do local é ter mais interatividade. “Pretendo, antes de aposentar, transformar o local em um atelier escola. Mas preciso ter um patrocínio, porque tudo é muito caro”, explica. E completa dizendo que gostaria que os alunos com mais tempo de luteria tomassem a frente do atelier, e ensinassem os mais novos.

Se quiser conhecer mais o luthier Paulo Gomes, acesse aqui o seu perfil na seção do Vila Mariana.

Por Thayane Matos, 3o semestre

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