As diferentes formas de olhar: Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo

Foto tirada no Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo - Foto Marcelo Firpo

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Marcelo Firpo Musumeci Júnior – (2º semestre)

Na Zona Norte da cidade de São Paulo encontra-se o “Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo”. O lugar foi o primeiro museu a representar a Arte Urbana de rua no Brasil e no mundo.

A Zona Norte de São Paulo é considerada o berço do Grafite na cidade de São Paulo, pois foi lá que os primeiros grafiteiros começaram a demonstrar seu trabalho que por muitos era considerado vandalismo, desde meados dos anos 80 até o final dos anos 90, quando o estilo artístico começou a migrar para outras regiões da metrópole, ganhando cada vez mais notoriedade, tanto nacionalmente quanto internacionalmente.

O Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo é sem dúvidas um dos mais originais do Brasil, pois ao invés de ser uma instalação construída pelo poder público como todos os outros museus, este é na verdade um conjunto de 66 pilares que sustentam o trecho elevado da Linha 1-Azul do Metrô de São Paulo. Todos esses pilares foram grafitados, cada um deles transmitindo uma ideia própria, tendo seus próprios estilos, cores e visões.  Alguns possuem mensagens escritas em sua formação, outros contam apenas com o abstrato.

A cor é o que mais chama a atenção, pois com cada um dos grafites tendo seu próprio estilo, o lugar tornasse totalmente colorido, mudando totalmente sua “vibe”, o acaba atraindo a curiosidade daqueles que caminham sobre as calçadas ou andam de carro pelas ruas.

O mais interessante deste museu além de suas obras de rua é a sua história. Diferentemente da maioria dos museus que são construídos pelo poder público ou por pessoas pertencentes a uma classe mais influente, o Museu de Arte Urbana foi iniciado por jovens pobres de periferia que foram presos logo após terem o concretizado, pois na época não tinham a permissão do metrô para grafitarem nos pilares. Porém através de uma parceira feita entre os grafiteiros que foram presos e a Secretaria de Estado da Cultura, o local pode não apenas preservado como também expandido, com a autorização e até o financiamento de Metrô de São Paulo.

O Museu não contribuiu apenas com a estética do lugar, mas também visa a revitalização da região em que se localiza, pois antes do grafite, o centro de Santana era um lugar com pouca importância cultural.