Diferença em premiação no skate levanta questão sobre desigualdade de gênero

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Imagem publicada em rede social da organização do evento

O  torneio de skate Oi Park Jam  aconteceu em janeiro deste ano, na praia Brava, em Itajaí, Santa Catarina. A competição contou com grandes nomes do skate nacional e internacional, como os brasileiros Pedro Barros e Rony Gomes. Entretanto, a qualidade dos esportistas não foi o que mais chamou a atenção para o evento.

Uma foto em que os vencedores do campeonato feminino e masculino seguram seus cheques viralizou na internet. Yndiara Asp, recebeu R$ 5 mil pelo primeiro lugar no torneio feminino e Pedro Barros R$ 17 mil pela mesma colocação no torneio masculino. Essa diferença abriu espaço para uma discussão sobre a igualdade de gêneros no esporte.

“Essa diferença tem que ser menor, para que cada vez mais tenhamos meninas no esporte”, diz Thais Gazarra, skatista competidora de torneios.

Após tomar conhecimento dessas reclamações, a página do Facebook dos organizadores do campeonato, Park Jam, publicou explicando que o número de homens e mulheres participantes é muito diferente. De acordo com eles, a competição contava com 23 homens, sendo 22 destes, profissionais e bem colocados no ranking mundial, e apenas 10 mulheres, em sua maioria, amadoras. “As premiações levaram em conta, portanto, a participação qualitativa e quantitativa de skatistas profissionais”, relatou na declaração.

Thais discorda do posicionamento mostrado nesse post e acredita ser um pensamento muito machista da parte deles.  ”Se os homens estão dando o melhor deles, as mulheres também estão. É o mesmo tempo que a gente se dedica na pista, a mesma energia, foco e dedicação. É notável que existe, sim, uma diferença de nível entre o masculino e o feminino, mas eu entendo que seja muito mais por uma questão de gênero do que por merecimento”.

E não é a primeira vez que uma imagem desse caráter repercute na internet. Em 2016, uma foto em que os melhores jogadores de vôlei feminino e masculino do campeonato mostram os cheques recebidos, 15 mil e 30 mil, respectivamente, causou a mesma discussão.

Alguns usuários do Twitter afirmam que não é uma questão de machismo, e sim de dinheiro disponível. “Às vezes não é machismo: no tênis, por exemplo, há mais patrocínio masculino, aumentando a verba disponível”, comentou Fernando Linhares (@falinhares72) na rede social.

Sobre o futuro do skate feminino, a organização do evento diz enxergar uma possível mudança. “Temos ainda a intenção de, através do estímulo ao skate feminino, quebrar mais barreiras e preconceitos para, em um futuro próximo, conquistar o objetivo de ter o mesmo número de homens e mulheres praticantes, profissionais e amadores o que levará, naturalmente, à equivalência nas premiações”.