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Sexo ou bolo de chocolate? Saiba mais sobre “novas” definições sexuais

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Em uma sociedade em que o esperado é ser hipersexualizado, os que não se enquadram no padrão costumam se sentir deslocados e, como comentado por M.M (o entrevistado não quis se identificar), “fora de uma zona de conforto”. Entre os que não se enquadram, existem os assexuais, que vão contra uma tendência de sexualidade desenfreada.

Durante 22 a 28 de outubro, foi comemorada a Semana Internacional da Visibilidade Assexual. Essa data é usada para a conscientização e a divulgação do conceito dessa orientação sexual que é pouco falada e entendida, ficando a mercê de estereótipos e generalizações. Uma delas, por exemplo, é que a relação com o sexo não é uma escolha, diferente do celibato dos padres, em que há uma voluntariedade para não praticar o ato.

O que ocorre é uma naturalidade ao identificar a orientação como acontece com a hétero, a homo, a bi e pansexualidade. Por isso, sua não-vontade de ter sexo não é ligadas a doenças, traumas ou valores morais. A reportagem a seguir investiga essa orientação, que ainda é desconhecida por muitos. Afinal, quem são os assexuais?

 

Para assexuais, bolo pode ser melhor do que sexo

Entre as simbologias da orientação, o bolo de chocolate é a mais importante. O motivo? Para os assexuais, o bolo de chocolate é melhor do que transar. Os membros desse grupo já começaram a tomar seus espaços na rede e desde 2015 realizam em São Paulo a Parada Assexual durante a Semana da Assexualidade. Mesmo assim, ainda hoje há baixa repercussão.

Como qualquer orientação sexual, a relação com que o indivíduo assexual se relaciona afetivamente varia de pessoa para pessoa. Por isso, alguns assexuais podem manter relações amorosas sem problemas, enquanto outros não.  Segundo a sexóloga Ana Luiza Fanganiello, a assexualidade ocorre no campo do desejo sexual: “Estamos falando de uma orientação da sexualidade e não do afeto. Por isso que muitas vezes os assexuais se relacionam afetivamente, tem parceiros, buscam cumplicidade com o outro. A questão é só do desejo e do sexo em si”, comentou.

Em virtude a isso, existe a área cinza, uma zona de identificação dos assexuais que podem se relacionar sexualmente com outras pessoas, mas com algumas limitações. Essa área compreende várias outras orientações sexuais dentro da assexualidade, como por exemplo os demis, litho e grayssexual.

Além disso, a relação com o prazer também varia entre os membros do grupo. “Assexualidade é uma orientação sexual e o que caracteriza ela é a falta de iniciativa e desejo pela sexualidade com o outro e, em alguns casos, consigo mesmo”, disse a sexóloga. Portanto, alguns buscam prazer na relação sexual ou com a masturbação, ao mesmo tempo que outros não se interessam e querem passar longe disso.

Fanganiello explica também como a descoberta da assexualidade pode vir a acontecer e aponta que devido ao crescimento desse assunto nas redes sociais, a orientação vem sido mais descoberta pelos jovens. “A gente vive numa sociedade que espera que a gente transe o tempo inteiro. Então, quando isso começa a ficar muito massivo e difícil para a pessoa se enxergar fazendo parte disso é quando começam os questionamentos. Não tem uma idade necessária mas, atualmente, como tem sido mais divulgada a assexualidade, os jovens têm se identificado bastante”.

 

Casais

Luana* e Carol* têm 19 anos, se conheceram no grupo de teatro que participavam, tiveram seu primeiro encontro em um cinema, namoram há quatro meses e são as primeiras namoradas uma da outra. No final das contas, o que torna esse casal diferente de tantos outros? A resposta é que Carol é demissexual, ou seja: só se relaciona sexualmente se houver uma ligação emocional e afetiva com sua parceira.

Elas se conhecem desde o começo de 2014, mas Carol só sentiu atraída pela namorada quando começaram a ficar mais amigas, em 2015. Mesmo assim, ainda tinha muita insegurança com as questões sexuais: “A gente já estava se pegando fazia tempo, mas já que eu nunca tinha feito nada com ninguém, tinha muito medo de fazer qualquer coisa e não ser boa o suficiente, travar ou descobrir que não era o que eu queria”, desabafou e completou falando que sentiu o apoio da namorada.

Luana sabe que todos os casais têm suas diferenças, mas afirma que foram elas que deram força para seu relacionamento: “A gente evoluiu muito em relação a entender uma a outra, porque nós temos peculiaridades e conseguimos com o tempo se encaixar”, disse.

 

Luana e Carol são melhores amigas e namoram há quatro meses. (Foto: Sofia Nunes)

No entanto, por mais que elas tivessem um final feliz, como qualquer outro casal nem todos os assexuais encontram apoio em seus parceiros. É o caso de Denize Gislaine da Silva, que encontra problemas em seu casamento de 14 anos, entre outros motivos, devido sua assexualidade.

Ela sempre teve pouco desejo sexual, mas foi após descobrir sobre a assexualidade em um programa de televisão que começou a pesquisar e entender sobre sua orientação sexual. Porém, isso acabou gerando problemas com seu cônjuge, que encontrou dificuldades em se adaptar a orientação da esposa. “Eu não tinha aquela atração, mas eu acreditava ser o suficiente para se manter um casamento. Com o passar do tempo fui percebendo que não era”, completa.

Apesar de continuarem juntos, o marido de Denize ainda espera que ela mude sua orientação sexual. Segundo a entrevistada, ele ainda insiste nisso mesmo depois dela ter esclarecido que ser assexual não é uma escolha. Mesmo com essa divergência, ainda existe amor entre o casal que tenta encontrar uma maneira de se conciliar.

No entanto, Denize não exclui que é difícil uma relação entre diferentes orientações sexuais: “Sinceramente, não é fácil. Eu não diria para alguém assexual se envolver com que não é. Podem viver juntos, se amar e se adaptar para tentar se dar bem, mas vão sofrer muito”, desabafou.

Para Julia França* , no entanto, um namoro pode sobreviver bem sem sexo. Seu primeiro e único relacionamento aconteceu na época da escola e a descoberta de sua assexualidade veio durante a relação, em que seu par acabou aceitando bem. Quem acabou sendo intolerante eram as pessoas ao redor, que faziam comentários maldosos e ofendendo os dois.

Segundo Julia, ela foi vítima de várias ofensas e assédios, chegando a ser chamada de doente e ameaçada de estupro uma vez.  “Já disseram que meu namorado devia sofrer e se sentir um bosta e isso me deixava muito mal e constrangida. Além disso, tinham as perguntas que invadiam minha privacidade: as pessoas quando sabiam que eu era assexual, se davam a liberdade de fazerem perguntas bem intimas achando que isso não ia me afetar”, contou irritada.

Mesmo com as constantes ofensas, o relacionamento dos dois não deixou ser abalado por isso. Afinal, eles eram um casal como qualquer outro: passavam a madrugada conversando, andavam de mãos dadas, se beijavam e confiavam um no outro. “A gente tinha toda essa coisa do relacionamento, todo esse compromisso. O que a gente tinha era um namoro, só não tinha sexo”.

Desafios

As orientações sexuais que se impõem contra o padrão heteronormativo e/ou hipersexualizado tendem a passar por dificuldades de aceitação pela sociedade, que são refletidas em práticas preconceituosas e intolerantes. Como consequência disso, os integrantes desses grupos podem encontrar dificuldades para conviver bem e também têm sua integridade física ameaçada.

Para Fanganiello, o mais importante, antes de qualquer coisa, é o respeito vindo pela sociedade: “se a gente aprender, enquanto sociedade, a respeitar os outros e seus desejos, a importância vai ser mínima se um transa ou não, se anda de mão dada ou não. Não vai interferir na nossa vida. Ensinar para a sociedade a os outros com respeito é o mais importante”.

*(pseudônimos, a pedido dos entrevistados)

Por Sofia Nunes (2º Semestre)

Quer entender melhor? Veja no infográfico abaixo as várias definições de sexualidade 

 

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