Um relatório recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que um em cada quatro empregos no mundo está potencialmente exposto a transformações significativas provocadas pela evolução da inteligência artificial generativa.
O documento, intitulado “IA Generativa e Empregos: Um Índice Global Refinado de Exposição Ocupacional”, apresenta uma análise aprofundada sobre como essa tecnologia pode impactar o mercado de trabalho em escala global. O estudo classifica as ocupações em quatro grupos, numerados de 1 a 4, sendo o grupo 1 o menos suscetível e o grupo 4 o mais vulnerável às mudanças impulsionadas pela IA.
A preparação dos estudantes para esse novo cenário tem sido pauta constante na ESPM. “Temos discutido esse tema de forma intensa nos últimos anos. A ESPM tem se empenhado em formar alunos com um conjunto cada vez mais amplo de competências, especialmente digitais, com foco na fluência em IA”, afirma Danilo Torini, Gerente de Tecnologias de Ensino e Aprendizagem da ESPM-SP.
Torini, também professor e pesquisador de inteligência artificial, explicou à reportagem que acreditava-se que os trabalhadores mais afetados seriam aqueles em funções repetitivas e operacionais. No entanto, o cenário atual aponta para um impacto mais amplo, atingindo também atividades criativas: “O surgimento e o avanço das ferramentas de IA, sobretudo as de IA generativa, vão trazer cada vez mais desafios para o mundo do trabalho”, afirma.
A discussão sobre ética no uso da inteligência artificial também faz parte da preparação da ESPM para o novo cenário profissional que se forma. “Essa abordagem precisa ser sempre crítica, reflexiva e ética, para que os profissionais saibam se proteger dos riscos e, principalmente, estabelecer parcerias produtivas com essas tecnologias”, conclui o professor.
Arthur Sapiro, estudante do oitavo semestre de Jornalismo da ESPM-SP, compartilhou sua experiência com o uso da IA no cotidiano acadêmico: “No meu dia-a-dia, uso a IA regularmente. Não para fazer as tarefas por mim, mas para me dar ideias ou alternativas quando estou sem inspiração. Uso essas sugestões como ponto de partida e, depois, desenvolvo o trabalho com minha própria autoria”, explica.