Martha Tadesse é uma fotojornalista freelancer da cidade de Addis Ababa, na Etiópia, que usa a fotografia para contar histórias de justiça social e para criar imagens que representem o seu país. Martha também é pós graduada em Teologia e Estudos do Desenvolvimento, e começou a aperfeiçoar a sua fotografia em 2011. Atualmente, ela presta consultoria a uma variedade de ONGs locais e internacionais, além de construir seu portfólio pessoal viajando para diferentes partes do mundo. Seu trabalho é tão reconhecido que recebeu o prêmio The East African Photography Award 2019, organizado pela Uganda Press Photo.
Em uma entrevista ao jornal The Reporter, Martha diz que a Etiópia é mal representada na mídia e que deseja que suas fotos e histórias ajudem a desafiar essas narrativas. Para tanto, ela atenta-se à ética em seus trabalhos, tendo como objetivo que seu público se conecte através das histórias e fotos documentadas sem tornar essas imagens estereotipadas e ignorantes para transmitir suas mensagens. A fotógrafa esteve em diferentes regiões da Etiópia para documentar projetos de desenvolvimento, e visitou diversos centros de deslocados internos e campos de refugiados com o intuito de desafiar a narrativa sobre questões sociais, tendo como foco principal os direitos da criança e da mulher.
Tadesse também disse que precisa deixar claro que não nega o complexo de pobreza em seu país. No entanto, criar uma única história, como legendar uma imagem como “criança pobre” é algo que corrobora para que o público construa uma narrativa problemática. Além disso, ao retratar temas tão complicados, segundo a fotojornalista, não se pode simplesmente tirar fotos de um bebê faminto e atraente e considerá-lo um trabalho bem feito.
No seu instagram, Martha mostra que faz parte do projeto “Women Photograph”, uma organização sem fins lucrativos lançada em 2017 para elevar a voz das mulheres e jornalistas visuais não-binários, principalmente de pele preta. Ela opera uma série anual de subsídios para projetos, um programa de mentoria de um ano, um workshop anual de capacitação e um fundo de viagens para ajudar mulheres e fotógrafos não binários a ter acesso a oportunidades de desenvolvimento profissional.
A sua missão é de mudar a composição da comunidade do fotojornalismo e garantir que os principais contadores de histórias de sua indústria sejam tão diversos quanto as comunidades que esperam representar.
Já aos jovens fotógrafos interessados em fotografia documental ou histórias de interesse humano, Martha recomenda que aprendam a respeitar a história humana, pois ela não pode ser contida apenas pelo que sabemos.