Parque Ibirapuera é palco de treinos para a São Silvestre

Situado na região da Vila Mariana, o local também já sediou a chegada do evento

A Vila Mariana é local de treino para muitos corredores da São Silvestre. Atletas profissionais e amadores vão ao Parque do Ibirapuera se preparar para a última corrida do ano. Segundo dados do portal G1, o Parque conta com 10,5 quilômetros de espaços de corrida, sendo seis  de pista de terra, conhecida como pista de cerca; três quilômetros de asfalto e 1,5 de pista de cooper (pedriscos).

Alda Rocha, 74, primeira mulher com mais de 40 anos a participar da competição, é uma das atletas que usa o Parque Ibirapuera para se preparar para a São Silvestre. “Muitas mulheres quebraram o tabu e começaram a correr provas de rua, principalmente as que têm acima de 40 anos”, disse antes de começar mais uma manhã de treinamento.

A Corrida Internacional de São Silvestre é a mais tradicional prova de rua do Brasil e, em 2012, chega à sua 88ª edição. O evento, que mistura competição e comemoração, ocorre no dia 31 de dezembro, marcando o final do ano. Corredores de diversos estados brasileiros e países vêm para São Paulo para cumprir os 15 km do percurso. Esse ano, as novidades são em relação ao local de chegada, que  volta a ser como era até 2010, e o horário da corrida, que deixa de ser à tarde e passa para o período da manhã.

Durante 86 anos, a largada e a chegada da prova foram na Avenida Paulista. Entretanto, no ano passado, o final da competição foi alterado para as imediações do Parque Ibirapuera, devido ao caos que acontecia na região da Paulista em decorrência da dispersão dos atletas e dos preparativos para o Réveillon.

Quanto ao horário, esse ano a largada está prevista para as 8h40 da manhã, para as mulheres, e às 9h, para os homens. De 1925 a 1988, a largada era realizada próximo às 23h30. A intenção era que os primeiros a cruzarem a linha de chegada finalizassem a prova perto da meia-noite.  A partir de 1989, a corrida passou a ter início às 15h, para as mulheres e às 17h, para os homens.

Participantes

A organização da prova divide opiniões de desportistas. Ludovico Balogh Filho, atleta da Equipe Tavares, que já esteve em oito São Silvestres, gosta de participar do evento, mas a sua perspectiva é de que a corrida melhore com a mudança de horário. “A desorganização da saída com as pessoas que querem aparecer na TV indo para frente atrapalha bastante”, diz.

Para ele, a prova é comemorativa, não uma competição. Balogh Filho assinala, no entanto, que o motivo de muita reclamação é o valor da taxa de inscrição. “O preço aumenta e a qualidade do evento diminui”, reclama sobre os R$120 que devem ser pagos para correr.

Por outro lado, Abílio Antunes, que corre a prova há 32 anos, só tem elogios para o evento. “Correr a São Silvestre é um sonho”, enfatiza. O também corredor da Equipe Tavares treina no Parque Ibirapuera todos os dias. “Um dia de treino é um dia bem sucedido”, ressalta.

Aos 74 anos, dona Alda parece saber disso. Com disposição para acordar cedo e treinar, ela participa da São Silvestre há mais de 20 anos se prepara para mais um edição. Mesmo com o braço quebrado, não perde os treinos no Ibirapuera e ainda faz planos. Esse ano, ela pretende correr com uma frase estampada na camiseta: “velho é o seu preconceito”.

Marina Almeida (2° semestre)