Profissionais declaram o amor pelo rádio no Dia do Radialista no Brasil
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No último dia 7 de novembro comemorou-se o Dia do Radialista no Brasil, uma profissão diferenciada entre os comunicadores, pois vídeo e imagem dão lugar à voz e à imaginação. Antes comemorado em 25 de setembro, data de nascimento do pai do rádio por aqui, Roquette Pinto, o dia modificou-se para 7 de novembro em homenagem a Ary Barroso, consagrado radialista esportivo e compositor da música “Aquarela do Brasil”.
Sobre o dia, Haisem Abaki, atual apresentador do programa Estadão no Ar, da rádio Estadão-ESPN, comentou: “acaba sendo um segundo aniversário para nós”. Com uma carreira extensa em renomadas rádios como CBN e Bandeirantes, Haisem se diz fascinado por rádio desde pequeno. A respeito dos aspectos negativos da profissão, afirma: “É uma carreira sacrificante. No meu caso, como eu trabalho de madrugada, é preciso acordar cedo. Entretanto, quando você gosta do que faz, você supera todos os sacrifícios”.
O radialista ainda ressalta as diferenças entre os ouvintes de rádios e o público das outras mídias, afirmando que a informalidade do veículo de comunicação, a participação das pessoas e o “jeito mais conversado” dos programas aproximam o locutor ao seu ouvinte.
Sérgio Pinheiro definiu a profissão em uma frase: “O rádio é a minha vida”. Tendo atuado como radialista na Rádio Gazeta AM, Sérgio se diz apaixonado pelo meio e pelo ambiente que ele proporciona. “As pessoas que trabalham em rádio são pessoas bem-humoradas, fazem tudo com muito carinho e muita paixão, e isso nos traz muita alegria”, afirma.
Sérgio se queixa pela presença da publicidade que, segundo ele, faz a programação ficar comercial. Pra ele, tudo é pautado pela publicidade, e esse fator incomoda a liberdade de criação. “Por outro lado é um desafio a mais para a criação”.
O profissional explica a relação com o ouvinte, e fala que, apesar de ambos não se conhecerem pessoalmente, a troca no dia-a-dia estabelece um vínculo agradável. Ele se diz maravilhado pelo carinho que recebe e modo como é tratado. “Eles têm uma consideração única, e isso é maravilhoso, não tem preço que pague”, acrescenta.
Para a professora de artes plásticas, Maria Cristina Gomes, os radialistas são indivíduos sensíveis, pois se comunicam com pessoas que eles mesmos nunca viram, tampouco conhece. “Eles fazem companhia para nós ouvintes em várias partes do dia, durante toda a semana. Acaba se tornando um amigo”, conclui.
Apesar da chegada do rádio no país ter ocorrido no ano de 1919, em Recife, e sua inauguração ter sido em 1922, a profissão foi regulamentada apenas em 1978, pela lei 6.615. A partir desta lei, passou a ser obrigatório o registro profissional de radialista para o desempenho da função.
Bianca Gomes (1 semestre)