Confundido com a Umbanda, o Candomblé tem ritos e ancestrais próprios

Adeptos do candomblé no Brasil

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Bianca Gomes de Carvalho
>>> Trazido pelos negros que vieram traficados do continente africano, o Candomblé chegou ao Brasil e logo se adaptou às características do território brasileiro, se reinventando e se tornando uma religião afro-brasileira. As tradições foram sendo mantidas, modificadas (algumas) e repassadas pela oralidade, de terreiro a terreiro.

Adeptos do candomblé no Brasil

A religião está sustentada em três pilares: a família, a natureza e os ancestrais. Os ancestrais, chamados “Orixás”, são determinantes para a vida da pessoa que segue o Candomblé. Segundo a antropóloga Juana Elbein dos Santos, “alguns autores sustentam que os orixás são ancestrais divinizados, chefes de linhagens ou de clãs que, através de atos excepcionais durante suas vidas, transcenderam os limites de sua família ou de sua dinastia e de ancestrais familiares e passaram a ser cultuados por outros clãs até se tornarem entidades de culto nacional”.
Os orixás estão relacionados com a natureza e, portanto, não podem ser considerados espíritos, o que derruba o senso comum de que, assim como na Umbanda, o Candomblé tem incorporação de espíritos. Há na verdade a incorporação de divindades da natureza.
No culto, o que ocorre é a louvação aos orixás que incorporam nos fiéis a fim de tornar mais forte a energia vital chamada de “axé”, a qual serve se proteção aos fiéis e ao terreiro. Acompanhando o culto,  músicas cantadas em língua africana são tocadas em atabaque por iniciados.
Desde o início o culto ao Candomblé foi proibido e reprimido. Assim como a Umbanda, por ter raízes africanas e seus adeptos serem principalmente negros escravizados, a religião foi perseguida e teve sua imagem distorcida.
Vítima do racismo, a marginalização das crenças e ritos dificultou a difusão da religião pelo país.