Toulouse-Lautrec em vemelho: Uma vida de boemia, cabarés e mulheres

A galeria exibe a maior exposição sobre o pintor francês já feita no Brasil. Foto: Julia Morita.

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Julia Morita (2º semestre)

O Museu de Artes de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) apresenta uma exposição dedicada à vida e obra do pintor francês Henri de Toulouse-Lautrec. Portador de uma deformidade física nas pernas, o artista se encontrou e desenvolveu sua arte entre os cabarés parisienses, como o famoso Moulin Rouge.

A galeria dedicada ao pintor se encontra no primeiro andar e é composta de painéis vermelhos que ocupam o espaço principal. Eles são fundo para as principais obras do artista. A exposição é dividida em cinco temas: as casas fechadas, o retrato de mulheres, o retrato de homens e as duas últimas partes exibem o iluminado mundo noturno de Paris.

O artista foi um dos maiores pintores do final do século XIX, e é reconhecido por retratar prostitutas por diferentes perspectivas, mostrando um lado sensível. O quadro O Divã é um dos mais conhecidos que aborda esse conteúdo.

A temática das mulheres que não têm seus nomes identificados, ao contrário dos homens que são pintados, é o que chama a atenção do estudante de filosofia, Antônio Kerstenetzky,25. “Achei interessante como ele retrata a vida nos bordeis. Apesar de ele não dar nomes para as personagens ele se preocupou com a personalidade de quem estava retratando”, diz.

Da mesma forma, a fotógrafa e taróloga, Lidiane Bach Leandro, 36, concorda que as cenas e as formas que o pintor escolhe é o que chama a atenção. “Ele vai do pudico até uma forma mais erótica. É muito profundo e ao mesmo tempo linear”.

A historiadora aposentada Maria Antonieta Gomes Penteado, 66, conta que é como um mergulho no mundo das prostitutas. “A técnica me impressionou muito, o jogo das cores, tem tudo a ver com o ambiente que elas ficam. O vermelho não é por acaso”.

A aposentada ainda menciona a obra Paul Viaud em Almirante do Século XVIII. Colocada sozinha em um dos painéis, foi o último quadro do pintor antes de falecer.

“Me chamou a atenção pelo gigantismo dela. Você vê a grande diferença do traçado dele, como ele já estava bem debilitado.  É um traço de alguém cansado”, comenta a historiadora.

A exposição começou no dia 30 de junho e vai até dia 1 de outubro. O MASP está localizado na Avenida Paulista, 1.578. As entradas custam R$ 30 a inteira e R$ 15 a meia entrada.