Milena da Silva – 4º semestre de Jornalismo
Todos os dias faço o mesmo caminho para sair e voltar para casa, eu até encontro as mesmas pessoas aguardando o monotrilho em filas. De manhã, as pessoas estão sempre correndo e costumam brigar por um lugar para sentar. Em comparação ao metrô, o monotrilho é pequeno, mesmo assim carrega milhares de pessoas por dia.
Percorro da primeira estação da linha cinza até a última, a Vila Prudente, até descer todas as escadas para poder pegar o metrô. O percurso é desafiador, as pessoas passam por cima umas da outras, te atropelam se você anda em um ritmo mais lento que o deles ou te xingam para sair da frente, discussões no transporte público já se tornaram normais.
As plataformas A e B da linha verde, as 6h45 da manhã, formam a imagem de um formigueiro, e nunca para de chegar e sair gente. O metrô chega, um número considerável de pessoas saem do vagão, e outras centenas entram para prosseguir viagem. Assim como eu, a maioria sai de suas casas, situadas em bairros afastados e precisam atravessar a cidade para chegar ao centro, o que demora cerca de uma hora, duração de uma viagem para a praia.
Partindo para o terceiro metrô que pego pela manhã, me deparo com outra correria. Dessa vez, preciso me esquivar das pessoas para que a gente não se esbarre, com o tempo peguei prática, afinal faço isso todo dia. Agradeço que apesar de ter que pegar mais um metrô, só vou até a estação seguinte e finalmente chego no meu destino.
De tarde o caminho da volta é o mesmo, mas a viagem é diferente. No metrô tenho o costume de ficar pensando se a pessoa está indo para casa, assim como eu, ou está indo trabalhar. A resposta eu nunca tenho e a dúvida sempre continua.
No monotrilho, pego meu celular para ler e ouvir música, durante esse tempo, outras milhares de pessoas passam por mim, entram em saem do vagão, na maioria das vezes elas passam despercebidos porque estou sempre com a cabeça baixa, entretida com o livro. Rapidamente chego na estação final, e desço em direção a minha casa, já sabendo que no outro dia a mesma coisa vai se repetir, vou fazer o mesmo caminho, ouvir as mesmas músicas e passar por milhares de pessoas.