Guylherme Pimentel (2° semestre)
No coração do Vale do Paraíba, entre montanhas e fé, ergue-se o maior santuário mariano do mundo: a Basílica de Nossa Senhora Aparecida. Todos os anos, milhões de devotos atravessam estradas, pontes e promessas para chegar até aqui — o ponto de encontro entre o sagrado e o cotidiano.
A história de Aparecida remonta a 1717, quando três pescadores encontraram, no rio Paraíba do Sul, a imagem de Nossa Senhora da Conceição em duas partes: primeiro o corpo, depois a cabeça. O episódio, considerado milagroso, marcou o nascimento da devoção à Padroeira do Brasil e transformou a pequena vila em centro de peregrinação.
Inaugurada em 1980 e consagrada pelo Papa João Paulo II, a Basílica Nacional impressiona pela grandiosidade: são mais de 140 mil metros quadrados e capacidade para 45 mil pessoas. Sua arquitetura moderna abriga capelas, museus, espaços de oração e a passarela que liga o antigo santuário ao novo, cruzando a cidade como um símbolo de fé e continuidade.
Nas esplanadas e corredores, o movimento é constante. Peregrinos de todo o país chegam de ônibus, a pé, de bicicleta — cada um com sua promessa, seu agradecimento, sua história. Em meio às orações e cânticos, é possível sentir o peso e a leveza da devoção popular.
Aparecida é também motor econômico da região. O turismo religioso gera renda e oportunidades, movimentando hotéis, restaurantes e lojas de artigos religiosos. Em datas como o 12 de outubro, Dia da Padroeira, o santuário recebe mais de 200 mil visitantes.
No centro de tudo, a pequena imagem negra de barro, encontrada no fundo de um rio, representa mais do que um milagre: é símbolo da resistência, da fé e da esperança do povo brasileiro. Simples, silenciosa e poderosa, ela lembra que o divino pode brotar dos lugares mais improváveis.
De longe, a cúpula azul da Basílica parece tocar o céu. De perto, ela revela o que move multidões: a esperança. Aparecida não é apenas um destino religioso, mas um reencontro com o sagrado dentro de cada um de nós.