Infográfico mostra crescimento no preço das passagens de ônibus e metrô nos últimos 10 anos. (Isabela Souza)
O transporte público paulistano tem enfrentado superlotações devido a alta demanda dos usuários. O número de ônibus disponíveis parece não atender ao tamanho da população usuária e as estações de metrô e trem não suportam a quantidade de pessoas que passam nos horários de pico – das 6h às 9h e das 17h às 19h. Segundo levantamento do Portal ESPM-SP, a passagem de ônibus e o bilhete do metrô na capital paulistana custavam, respectivamente, R$ 1,70 e R$ 1,60 em 2003. Uma década depois, os valores praticamente dobraram.
Segundo pesquisa divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), fundação pública federal ligada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, em 2012, mostra que as famílias brasileiras gastam, em média, cerca de 15% da sua renda com transporte urbano (público ou privado). A pesquisa também afirma que 21,5% das famílias têm gastos com transporte público.
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) atualiza dados sobre os salários a cada mês. Desde janeiro de 2013 o salário mínimo é de R$ 678,00. Em 2003, o salário mínimo vigente era de 240,00 reais, um aumento de 282,5%.
O Dieese também calcula o valor necessário do salário mínimo que seja capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, reajustado periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo. Esse valor sustenta, de acordo com a metodologia do Dieese, uma família considerada composta por dois adultos e duas crianças, que, por hipótese, consomem como um adulto.
O salário mínimo necessário, atualizado em setembro, teria um valor de R$ 2.621,70, quatro vezes maior do que é recebido pela população.
Em agosto, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, anunciou que o governo prevê, para 2014, o salário mínimo de R$ 722, 90, que passará a valer em 1º de janeiro. “O novo valor incorpora a regra de valorização do salário mínimo que tem sido uma política importante de alavancagem da renda das famílias no Brasil, que tem nos levado a patamares de qualidade de vida muito superiores”, afirmou a ministra à imprensa.
A última linha de metrô inaugurada em São Paulo foi a linha-4 amarela, em setembro de 2011, que liga o Butantã à Estação da Luz. O número de usuários chegou a 650 mil por dia em seu primeiro ano de funcionamento. Novas faixas exclusivas para ônibus, inauguradas este ano pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), diminuíram o tempo de viagem em determinadas linhas de ônibus, mas ainda não resolveram o problema da superlotação.
Isabela Souza (2º semestre)