#Rio2016: “Agora é focar 110%”, diz Ruy Fonseca, do hipismo

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Após sediar a Copa do Mundo em 2014, chegou a vez do Brasil ser palco das Olimpíadas que acontecerão no Rio de Janeiro (RJ), entre os dias 5 e 21 de agosto de 2016. A competição contará com diversos atletas competindo individualmente ou em equipe em 42 modalidades diferentes. Entre elas, três representam o hipismo (adestramento, saltos e Concurso Completo de Equitação, conhecido pela sigla CCE).

O esporte foi reconhecido como olímpico quando disputado pela primeira vez nos jogos de 1900, com provas de salto, mas permaneceu fora da programação por 12 anos, até 1912, quando voltou definitivamente após a edição dos jogos em Estocolmo (Suécia). O hipismo apresenta o diferencial de ser o único no qual homens e mulheres podem competir juntos.

O Portal de Jornalismo da ESPM-SP conversou com o cavaleiro Ruy Fonseca, um dos representantes brasileiros no hipismo. “Comecei em competições no interior de São Paulo, na região da Alta Mongiana, com incentivo dos meus pais, que também montavam e competiam. Então está no sangue.”

Ruy conta que teve dificuldades em conseguir patrocínio, pois, no Brasil, há a cultura de investir apenas depois dos resultados conseguidos e não nos talentos e promessas. Mesmo assim, o cavaleiro tem esperanças em relação ao hipismo CCE, pois há bons resultados nos últimos anos e chances reais de medalha nas Olimpíadas de 2016.

Ruy Fonseca é uma grande aposta, já que nas olimpíadas de Toronto 2015, faturou prata e bronze para a sua equipe. Há vinte anos o Brasil não ganhava uma medalha no hipismo, fazendo com que o país aparecesse na terceira posição no quadro de medalhas do hipismo no Canadá.

Sobre a cobertura da mídia esportiva, Ruy afirma que vem crescendo na modalidade saltos. “No hipismo CCE falta cobertura. Estava no final do Pan Americano (que ocorreu em Toronto), quase ganhando a prova, e com chances reais da medalha de ouro, mas não tinha nenhuma televisão presente”, conta.

Quando perguntamos sobre suas expectativas de medalha, disse: “as expectativas no hipismo são reais e acho que podemos ter duas medalhas, uma no salto clássico e uma no CCE. Estamos em uma época de ascensão no CCE depois de duas medalhas no Pan de Toronto, prata para a equipe e bronze individual, temos uma fantástica equipe de suporte e treinadores e bons conjuntos com experiência”.

Na sua visão o hipismo atualmente está muito mais popular: “Hoje há escolinhas de hipismo em todas as cidades e muitas delas com orientações fantásticas e com preço mais barato do que outras modalidades e você pode até decidir se vai ser um cavaleiro ou amazona de competição, todo mundo pode praticar hipismo”, afirma.

Segundo Ruy, para que o esporte seja ainda mais popular,  é preciso que haja eventos abertos para o público, em locais públicos como é realizado na Europa, em que os eventos de alto nível são realizados em parques públicos: “No Brasil poderia acontecer, por exemplo, dentro do Anhembi, Ibirapuera ou Maracanãnzinho. O hipismo tem que ir a lugares tradicionais e não o público procurar onde tem o hipismo”.

Sem expressar em pormenores, Ruy conta das suas expectativas para os jogos olímpicos de 2016: “Agora é focar 110%, pois falta muito pouco para os jogos e não é hora para experimentos, e sim para trabalhar com conjuntos reais.”

Rachel Schmalb e Júlia Mattos (1° semestre)