Reforma da Previdência Social divide opiniões na Vila Mariana

15/03/2017- São Paulo- SP, Brasil- Manifestação de centrais sindicais contra mudança do sistema de previdência na av. Paulista. Foto: Paulo Pinto / AGPT (Fotos Publicas)

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Por Clara Guimarães e Nathalia Oliva

Pelas ruas da Vila Mariana, bairro da zona sul de São Paulo, é possível perceber divergências de opiniões em relação aos protestos contra a reforma da Previdência Social. Dentre os entrevistados, quase 50% não sabiam sobre os reais motivos das recentes manifestações. Dentre aqueles conhecedores, a maioria se colocou a favor do ato e contra a reforma.

“A paralisação foi totalmente necessária”, afirmou Gustavo Aronis, estudante da ESPM-SP. O aluno ainda disse que essa era a única forma de realizar um “protesto chamativo”. Compartilhando o ponto de vista de Gustavo, Marina Alves, que trabalha em um restaurante do bairro, concorda com as manifestações desde que sempre ocorram de forma pacífica.

Em oposição, o estudante de Publicidade e Propaganda, João Magnani, apesar de ser contra a PEC da Previdência, acha que a paralisação atrapalhou a população. “Não consigo imaginar outra forma de fazer isso (manifestar), mas acho que não foi a ideal”. O taxista Marcos Souza concorda com a posição de Magnani referente aos protestos e apoia a emenda. “A população brasileira está envelhecendo, há cada vez mais velhos e menos jovens para trabalhar”, afirma o motorista.

Enquanto o projeto divide opiniões, a situação atual da aposentadoria já não contenta seus beneficiados. O Sr. Fernandes, aposentado desde 1995, trabalha para completar a renda mensal adquirida através da previdência. O mesmo ocorre com Ernestor Vitor, que continua na ativa há 48 anos, mesmo após se aposentar. Ele recebe R$ 937 do benefício, mas precisa pagar o aluguel de R$ 1.400.

Na quarta-feira (15) à tarde ocorreu na Avenida Paulista uma grande manifestação contra a proposta de reforma da previdência. A emenda propõe que a aposentadoria seja realizada com idade mínima de 65 anos com pelo menos 25 de contribuição. A Câmara deve votar o projeto até o fim deste mês de março.