Prefeitura autoriza e empresa corta 170 árvores na Vila Mariana por subestação

Arvores cortadas na rua Engenheiro Armando de Virgiliis (foto: Wivyanne Leiso)

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A Vila Mariana teve 170 árvores cortadas entre os dias 11 e 16 de setembro. A poda aconteceu na rua Eng. Armando de Virgilis , onde árvores classificadas como exóticas ou estrangeiras e nativas brasileiras formavam um pequeno bosque. O corte, realizado pela AES Eletropaulo, foi autorizado pela Prefeitura de São Paulo, através da Secretaria do Verde do Meio Ambiente.

No local, havia espécies como Pata de Vaca, Ficos, Pitangueiras, Goiabeiras, Jabuticabeiras e Mangueiras. Essas árvores foram cultivadas pelos moradores da região havia 14 anos. Moradores e frequentadores da região reclamam da poda das árvores e afirmam que a retirada dela acarretará prejuízos ao meio ambiente, afetando a qualidade do ar e a vida animal, como quando há períodos de reprodução de pássaros. Jorge Catarino, morador há mais de 30 anos da Vila Mariana, questiona a ação. “O que mais gosto daqui são das árvores. Tem que criar uma maneira de progredir sem estragar a natureza”, reclamou.

Compensações?

Em nota, a assessoria de imprensa da AES reconheceu a importância da região arborizada, mas afirmou que a poda trará benefícios para mais de 300 mil pessoas na região. “O verde, sem dúvida, é muito importante para a cidade. As árvores estão sendo removidas para a construção de uma das mais modernas subestações da região metropolitana”, declarou a empresa.

De acordo com a AES, uma subestação será instalada no local onde houve as podas. A obra custará R$ 60 milhões, tem previsão de entrega para dezembro de 2018 e foi planejado para melhorar a distribuição de energia para a região. A empresa não apresentou uma estratégia de recuperação, mas afirma que ações serão tomadas. “Faremos toda a compensação ambiental à remoção dessas árvores”, informou à reportagem.

A arborização promove inúmeros benefícios, como a diminuição da poluição e maior permeabilidade do solo. Para a ambientalista Aline Lima, a questão pode ser agravada se não houver uma compensação ambiental rápida. “O replantio pode diminuir os riscos para a saúde ambiental, mas isso será a longo prazo”, alertou.