Pelo Mundo ESPM – Estação da Luz – São Paulo

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Sofia Florentino – 2° semestre

Em meio ao caos das milhares de pessoas, a Estação da Luz é uma das maiores e mais importantes estações ferroviárias e metroviárias da cidade de São Paulo. Inaugurada em 1865, projetada pelo engenheiro britânico Charles Henry Driver e supervisionada por James Ford, a estação levava pessoas e mercadorias de Santos, no litoral paulista, a Jundiaí, no interior do estado. Hoje, o prédio de 7500 metros quadrados recebe, em média, 450 mil passageiros todos os dias.

Construída pela empresa britânica Companhia São Paulo Railway, a estação foi constituída por materiais importados e foi inspirada na estação australiana Flinders Street Station, localizada em Melbourne, e no Big Bang, em Londres, na Inglaterra. A Estação da Luz transportava inúmeros produtos e mercadorias, principalmente o café, para São Paulo, o que demonstra o monopólio da indústria cafeeira na cidade. O relógio da torre da estação foi, desde sua construção, um ponto de referência à população e parte da paisagem central paulista por muitos anos.

Embora o design clássico ainda prevaleça em sua fachada, a estação já passou por diversas reformas. Novos andares, uma segunda e terceira estação e uma restauração após um pequeno incêndio modificaram o prédio original. Em março de 2006, o Museu da Língua Portuguesa, abrigado pela estação,  foi inaugurado. O museu é considerado um legado da língua e renovou a importância da Estação da Luz para a cultura brasileira.

Há algumas décadas, o transporte ferroviário foi substituído por carros, metrôs e outros meios de transporte e entrou em um processo de desgaste gradual no Brasil. O Bairro da Luz, antes considerado uma região de destaque em São Paulo, sofreu do mesmo processo, o que levou à degradação de tanto o bairro, quanto a própria estação.

Hoje, a estação e seus entornos representam a história de São Paulo: o Jardim da Luz, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, a Sala São Paulo e o Museu da Língua Portuguesa são alguns dos lugares onde a arquitetura e o ambiente relatam as memórias da “cidade da garoa”. Em 1982, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat) tombou a construção, comprovando sua importância histórica e arquitetônica. A Estação da Luz não é apenas uma estação ferroviária, mas uma parte da narrativa brasileira.