Pelo Mundo ESPM – Baía adentro

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Márcia Magalhães Andrade – (2º semestre)

De uma marina do bairro da ribeira, em Salvador/BA, saímos, pai e filha, de jet ski pela Baía de Todos os Santos com destino ao recôncavo baiano, até avistar a Praia da Ponte, na cidade de Salinas da Margarida, de onde se vê a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo.

A pequena cidade litorânea que fica a pouco mais de 20 km de Salvador por via náutica encanta por suas águas calmas que se situam entre o mar e o Rio Jaguaribe, tendo as praias marítimo-fluviais mais procuradas da região. Mas por lá estávamos só de passagem e seguimos então para o município de Saubara, que fica próximo à foz do Rio Paraguaçu.

Ao chegar em Saubara, de início vimos algumas casas na beira do mar e umas poucas embarcações acostadas. Ao descer na praia, contudo, nos admirou a tranquilidade local, pois não havia nenhuma pessoa transitando por lá a não sermos nós, em que pese fosse fim de semana e houvesse ali também um bar.

Caminhando pela areia tivemos uma surpresa sem igual ao nos deparar com uma água de cor diversa, amarelo-esverdeada, banhando rochas e debaixo de uma grande falésia. Com pouca profundidade, sem ondas e com a água morna, a praia é de uma beleza admirável para além de ser muito agradável.

Depois de aproveitar Saubara, continuamos o passeio pela água fazendo uma parada rápida para banho em uma cascata que nos chamou atenção no caminho, em Maragogipe: esta no meio do mar, sem nenhuma infraestrutura por perto e também sem visitantes.

Banho tomado, seguimos até Cachoeira, cidade histórica baiana palco da luta pela independência do Brasil, que tem seu conjunto arquitetônico e paisagístico tombado pelo IPHAN.

Foi quando chegando às margens do rio Paraguaçu avistamos uma construção imponente: era o Convento Santo Antônio do Paraguaçu, construído entre os anos 1660 e 1686. De arquitetura barroca, o lugar ficou nacionalmente conhecido por ter sido parte do cenário da novela Velho Chico da Rede Globo.

Este foi o primeiro convento criado no Brasil após a nossa independência religiosa de Portugal e o segundo construído pelos franciscanos em nosso país.  Funcionou por 200 anos, mas hoje só restam suas ruínas que trazem consigo muita história e nos convidam a refletir sobre outros tempos.

Apesar do local estar abandonado aparentemente inclusive do ponto de vista turístico, sem apresentar informações acerca da possibilidade de visita de alguns dos espaços do convento, como o interior da igreja, e com conservação que deixa a desejar, vale a pena a visita para conhecer o belo conjunto arquitetônico e desfrutar de uma linda vista do rio. Se você estiver com sorte poderá ver o espetáculo dos saltos dos botos que costumam se apresentar por ali.

Após esse banho de beleza e história, seguimos nosso caminho de volta a Salvador, fazendo uma parada novamente em Salinas da Margarida para abastecer os jet skis e comer acarajé sobre as águas. Retornamos podendo acompanhar o sol cair e dar lugar a um cenário de fim de tarde que só se vê Bahia adentro.