“Amnésia” provoca o público ao abordar o embranquecimento da população negra. Foto: Geovanna Melissa
Geovanna Melissa (1º semestre)
A escultura “Amnésia”, do artista Flávio Cerqueira, está em exibição no acervo permanente do MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, localizado na Avenida Paulista. A obra, que já integrou a mostra Histórias Afro-Atlânticas, aborda o tema do embranquecimento da população negra e convida o público a refletir sobre o apagamento simbólico de memórias, tradições e costumes.
Instalada no prédio principal do museu, onde se encontra o acervo fixo, a peça estabelece um diálogo entre produções artísticas clássicas e contemporâneas, promovendo uma crítica social sobre os modos eurocentrados que historicamente dominaram as narrativas culturais.
Em entrevista exclusiva ao Portal de Jornalismo da ESPM-SP, Flávio Cerqueira destaca o papel da arte como ferramenta de inquietação e questionamento. “O trabalho surge do desejo de refletir sobre o apagamento histórico e simbólico de memórias, tradições e costumes, em favor da imposição de modos eurocentrados”, afirma o artista.
Durante visita ao MASP, a estudante de Economia Jéssica Soares compartilhou sua percepção sobre a obra. “A gente percebe essa questão do embranquecimento, as consequências do movimento eugenista, no qual as pessoas ainda, às vezes, reprimem suas raízes. Estamos, enquanto sociedade, restaurando aos poucos o orgulho da própria raça, das origens e da nossa cultura”, comenta.
A reportagem tentou contato com a curadoria do museu, mas não obteve retorno. A escultura “Amnésia” permanece em exposição no acervo fixo do MASP, com entrada gratuita às terças-feiras, das 10h às 22h, mediante agendamento online.