Número de alunos deficientes no ensino superior quadruplica

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Universidades se adaptam para receber os estudantes

Kallil Assis Tavares, portador da Síndrome de Down, iniciou sua vida universitária no curso de Geografia da Universidade Federal de Goiás – UFG  no início deste ano. O jovem de 21 anos, que desde os cinco estudou em escolas regulares, foi o primeiro aluno com a Síndrome de Down a ingressar na faculdade. Ele é apenas um exemplo entre o crescente número de alunos com deficiência que entraram em universidades nos últimos anos. De acordo com o Censo do Inep, o número de matrículas no ensino superior aumentou de 5.078 em 2003 para 21.006 em 2009.

O maior número de deficientes nas universidades foi possível pelo aumento de investimento das faculdades em adaptar seus locais de estudo para o aluno, tenha ele deficiência física, mental, visual ou auditiva. Os investimentos nas universidades públicas e privadas são destinados a adaptação de infraestrutura para deficientes e material didático.

A maioria das universidades brasileiras possui um núcleo para atender alunos com necessidades especiais. O número é crescente desde 2007, quando foi publicada a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, segundo o site Inclusão Já!.

Adaptação

A professora da Universidade Metodista, Elizabete Costa-Renders, cujo doutorado é sobre Deficientes no Ensino Superior, conta como acontece o processo da adaptação do aluno ao curso. “Inicialmente, é estabelecido um diálogo com o estudante para identificar suas estratégias de estudo. Em seguida, é realizada uma reunião com a coordenação do curso para indicar o ingresso do estudante e oferecer apoio. Por fim, ocorre a sensibilização dos corpos docente e discente sobre o tema da inclusão.”

De acordo com a professora, a educação inclusiva é um desafio que muitas universidades brasileiras vêm superando com sucesso, removendo barreiras de preconceito e praticando a igualdade na cidadania. Ela afirma que, com base em sua própria experiência no ensino superior, os resultados desse processo de adaptação são excelentes. “Na Metodista, temos um aluno deficiente intelectual em Gastronomia que acompanha com facilidade todas as atividades desenvolvidas e segue com sucesso no curso”, diz Elizabete.

 

Natalia Parodi Picanço (3º semestre)