Mortes por dengue batem recorde histórico no Estado de São Paulo

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Já foram confirmadas 169 mortes por dengue no Estado de São Paulo até a 15ª semana deste ano. Esse número é o recorde de óbitos já confirmados pelo Ministério da Saúde. Desde 1990 não eram registrados tantas vítimas fatais da doença em território paulista. O último boletim epidemiológico foi divulgado no dia 18 de abril e ele mostra que, o país vive uma epidemia da doença, com 745,9 mil casos notificados, dando em média cinco casos notificados por minuto.

A epidemia de dengue está concentrada na cidade de São Paulo, porém as outras cidades do Brasil não estão livres da doença. Somando todas as notificações registradas do país, a taxa chega a 367,8 casos por cem mil habitantes. Essa taxa é considerada epidêmica e está três vezes maior do que o mesmo período do ano passado.

Foi no ano de 2010 que ocorreu o último recorde de mortes em São Paulo, quando foram registrados 141 vítimas da doença. Crianças, idosos e pessoas que têm problemas crônicos são mais vulneráveis a apresentar os sintomas de dengue.

A situação de São Paulo está grave. Além de bater o recorde de mortes, o estado também acumula o maior número de casos confirmados e notificados da doença, desde que eles começaram a ser contados, no ano de 1990. Conforme os números concedidos pelo Ministério da Saúde, já foram registrados 401,5 mil casos no Estado, mostrando uma elevação de 379% comparando ao período do ano passado.

Analisando o número de mortes, o aumento é ainda maior em relação ao ano passado. O número de óbitos confirmados esse ano já equivalem a uma alta de 382% sobre as 35 mortes confirmadas no ano de 2014. Se for comparar com todo o ano passado, a alta é de 87,7%, sendo que estamos em maio de 2015.

A cidade paulista é responsável por 73% das 229 mortes confirmadas no país. Isso quer dizer que, três de quatro pessoas que morreram por causa da dengue, viviam na cidade de São Paulo. A taxa de óbito nacional por causa da doença é de 45% mas em São Paulo é muito superior a isso.

Metade do Estado está em surto, mas algumas regiões a situação está mais crítica, como é o caso do noroeste paulista e cidades como Sorocaba e Campinas. Na cidade de Campinas já foram confirmados mais de 23 mil casos da doença.

O município contratou ligações automáticas para dar dicas de prevenção aos moradores, passou a distribuir materiais pedagógicos em escolas da rede e faz nebulização de imóveis com apoio do estado. A Prefeitura ressaltou, ainda, que já removeu pelo menos 420 toneladas de entulho da cidade desde 2013 e citou a sanção da lei que obriga proprietários a manterem conservação de imóveis.

Mariana Yole (2º Semestre)