Em tom de debate, ESPM-SP celebra o Dia da Liberdade de Imprensa

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Em parceria com o Instituto Palavra Aberta, a discussão contou com a presença de três convidados. Foto: Renata Carlini

 

Na segunda-feira, dia 4, a ESPM-SP recebeu o secretário de redação da Folha de S. Paulo, Vinicius Mota, e os professores Jorge Tarquini e Leão Serva para discutir a liberdade de imprensa no Brasil. O debate aconteceu às 19h30 no auditório Renato Castelo Branco e terminou por volta das 21h15.

O evento, que foi o primeiro do Ciclo de Debates Pensadores da Liberdade 2015, teve o intuito de comemorar o Dia da Liberdade de Imprensa (3 de maio), juntamente com o Instituto Palavra Aberta. Durante a discussão — que reuniu por volta de 55 pessoas — estavam presentes, em sua maioria, alunos do curso de jornalismo da faculdade e alguns professores.

“Liberdade de imprensa é um tema que, por mais que seja discutido, nunca vai se esgotar”, disse Jorge Tarquini, ao iniciar o evento. A situação econômica das empresas e o enfraquecimento das instituições tradicionais representa uma ameaça à liberdade de imprensa, comentou Leão Serva.

Um dos fatores da atual crise no jornalismo é a falta de anúncios. Exemplo disso é o caso do The New York Times citado por Leão, em que 70% do jornal era composto por anúncios e, com isso, subsidiava o preço de capa do jornal. Já no Brasil, os anúncios representavam cerca de 50% de um jornal. Esses números estão diminuindo, o que significa que os veículos de comunicação estão perdendo anunciantes e, consequentemente, perdendo o dinheiro que ajuda a mantê-los.

A autorregulamentação no jornalismo — que seriam regras de convivência criadas por alguns veículos e, eventualmente, algum comitê de arbitragem para quem desobedecesse essas regras — também foi debatida. Quando questionados a respeito do sigilo das fontes, os convidados presentes disseram acreditar ser uma ferramenta de exceção para o jornalista, que deve ser bem utilizada e bem resguardada.

As dúvidas dos alunos levaram à discussão de temas como a autocensura, a regulação da mídia e a relação da publicidade e da informação. Os convidados, quando questionados sobre a questão se vale tudo no jornalismo, responderam que não. “Vale tudo? Eu diria que não, mas vale muito”, comentou Leão Serva. Enquanto Jorge Tarquini e Vinicius Mota acrescentaram que o jornalismo é uma dimensão humana que acompanha questões civilizatórias.

“A liberdade de imprensa é um benefício para o cidadão, não para o jornalista”, encerrou Jorge Tarquini. Após o fim do evento, foram distribuídos exemplares do segundo volume do livro Pensadores da Liberdade.

O Instituto Palavra Aberta realizará, também, um evento em parceria com o Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura da Universidade de São Paulo – OBCOM/USP. O “Seminário 2015: Liberdade de expressão e seus limites” acontecerá nos dias 21 e 22 de maio, na ECA-USP, em São Paulo.

Renata Carlini (1º semestre)