Moradores da Vila Mariana apontam falta de manutenção em ciclofaixas

Ciclovias da Vila Mariana, como a da rua França Pinto, apresentam falhas estruturais de acordo com moradores. (foto: Fuad Ali)

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Ciclovias da Vila Mariana, como a da rua França Pinto, apresentam falhas estruturais de acordo com moradores. (foto: Fuad Ali)

Assim como em toda a cidade de São Paulo, a Vila Mariana recebeu as ciclovias que foram implantadas pela prefeitura após a eleição de Fernando Haddad, em 2012. Mas dos 381 quilômetros de vias ciclísticas da cidade, moradores da região apontam erros e falhas na manutenção desses equipamentos, que atrapalham e afastam usuários.

“Acho que as ciclovias daqui têm alguns problemas bastante sérios. Dá para perceber que não foram bem planejadas”, disse Andrea Garcia, de 37 anos, bancária, e que mora no bairro há mais de 15 anos e acompanhou recentemente o processo de construção das ciclovias na região.

Andrea ainda comenta que existem muitas outras ciclovias em São Paulo que apresentam uma qualidade precária. Ao passar pelo bairro, são facilmente encontrados buracos, falhas na pintura, e localização perigosa na maioria delas.

Um dos locais em que a ciclovia mais atrapalha é na Rua Vergueiro, onde existem árvores sem poda no meio do caminho, obrigando os ciclistas a se esquivarem e evitarem colisões. O risco de acidentes cresce ainda mais pelo fato das falhas se apresentarem em descidas e em áreas sem iluminação.

Bruno Santoro é morador da região e anda de bicicleta todos os dias até seu trabalho, próximo ao metrô Ana Rosa. O empresário uniu o útil ao agradável ao dispensar automóveis e melhorar seu estilo de vida. Porém os problemas da ciclovia afetam seu dia a dia, inclusive causando lesões.

“Eu sempre ando de bicicleta por aqui, então tenho uma boa noção do que tem de problema. Já caí depois de passar por um buraco grande que não tinha avistado. Por sorte eu estava usando joelheira, capacete, e então não foi nada grave”, contou.

Uma alternativa junto a manutenção das ciclovias seria uma maior disposição de bicicletas gratuitas nas ruas, tomando como exemplo o banco Itaú, que tem um projeto de sustentabilidade com algumas cidades como Rio de Janeiro e São Paulo e coloca suas bicicletas laranjas à disposição.

“Em outros lugares de São Paulo existem as bicicletas laranja do banco Itaú. Acho que se tivessem outras empresas fazendo igual, seria uma ótima alternativa. Assim teríamos cada vez mais pontos de uso de bicicletas pela cidade”, falou Renato Russo, 21 anos, estudante, ciclista e morador da Vila Mariana.

Foi feito um contato com a Subprefeitura da Vila Mariana para tratar sobre o assunto das atuais ciclovias da região e de acordo com eles não existem reclamações o suficiente em relação ao caso. Através de sua assessoria, a Subprefeitura comunicou via telefone que apesar de serem recebidas poucas denúncias, haverá análise das queixas feitas. “Sabemos das adversidades das ciclovias na cidade, mas por aqui existem poucas pessoas que falam dos problemas em relação a esse assunto. Mesmo assim, as queixas que temos serão analisadas posteriormente”.

A reportagem ainda tentou contatar nos últimos dias a Secretaria de Transportes de São Paulo, tanto por e-mail quanto por telefone, mas não foi atendida.

Por Fuad Ali e Gustavo Dias (3o semestre)