Memórias do Fotojornalismo – Robert Doisneau

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Milena Camargo – (2º semestre)

Robert Doisneau nasceu em 1912, em Gentilly, nos arredores de Paris. Formou-se em litografia e começou a fotografar como autodidata em 1929, capturando o cotidiano da capital francesa. Em 1934, foi contratado pela Renault como fotógrafo publicitário, mas em 1940, com a Segunda Guerra Mundial, Robert precisou servir ao exército francês e pausou a carreira.
Após a guerra, em 1944, assinou um contrato com a revista Vogue, onde trabalhou até 1952. Apesar de ser multifacetado, ele não ficou famoso pela fotografia de moda, mas sim pela fotografia de rua. “As maravilhas da vida cotidiana são tão emocionantes!”, disse Doisneau, que as fotografava como ninguém.
Doisneau foi um dos fotógrafos mais populares da França e retratou com humor, empatia e enorme sensibilidade pessoas de diversas classes sociais pelas ruas e cafés de Paris.
O fotógrafo não amava carros e fábricas e linhas de montagem, era um artista e amava as pessoas. Não conseguia fotografar sem amar.
Mesmo nas suas fotografias mais humorísticas não existe distanciação ou uma mudança de perspectiva: Doisneau não goza, brinca. Para ele,
“O humor é uma forma de modéstia, de não descrevermos as coisas, de lhe tocarmos com delicadeza, como um piscar de olhos. Humor é, ao mesmo tempo, máscara e discrição, um abrigo onde é possível esconder-se.”
Robert morreu em Primeiro de Abril de 1994, o que é uma grande ironia pois esse dia simboliza a comédia, principal tema nas obras do profissional. Deixou-nos um legado precioso, um acervo de 145 mil negativos, a maior parte dos quais fotografias de Paris e dos parisienses.