Memórias do Fotojornalismo – Eve Arnold

Share

Ana Luiza Rigatto – Matheus Arruda Fayad – Tatiana Magalhães – (2º semestre)

Eve Arnold, foi a pioneira da fotojornalismo mundial, nasceu no dia 21 de abril de 1912, na Filadélfia (Estados Unidos), em uma família pobre de imigrantes russos com ascendência judaica. Passou parte da infância e adolescência estudando para se tornar médica. Mas, a vida lhe apresentou outro grande amor: a fotografia.

Foi em 1946 que Eve ganhou sua primeira câmera: uma Rolleicord, presente de um namorado. Dois anos depois se matriculou na New School for Social Research, no Harlem, bairro pobre em Nova York, episodio que representou um momento decisivo para a futura carreira que estaria por vir. Lá ela fez a sua primeira cobertura fotográfica, a de um desfile de moda.

Arnold ficou particularmente conhecida por seu trabalho usando a luz disponível, concentrando-se na imagem da lente e evitando o uso extensivo de iluminação fotográfica e flash. Ela registrou os treinadores de cavalos na Mongólia, trabalhadores de fábricas na China e haréns em Dubai, tornando-se t a primeira mulher a entrar para a Agência Magnum, em 1951.

Após se destacar com os retratos da realidade de diferentes pessoas, Eve trocou de campo de atuação e passou a fotografar diversas celebridades, como Marilyn Monroe, Joan Crawford, Elizabeth Taylor, Marlene Dietrich, Jacqueline Kennedy, Yves Saint Laurent, Elizabeth II e Malcolm X.

Seus trabalhos mais famosos são os que envolveram Marilyn Monroe, em especial as fotografias tiradas durante as gravações da série Os Desajustados em 1960, pois mostravam a atriz de maneira mais descontraída. Por trabalharem juntas diversas vezes, elas acabaram tornando-se amigas, o que fez com que Eve escrevesse três livros sobre a vida de Marilyn.

Outro trabalho de muito sucesso foi o com a também atriz Joan Crawford, onde a fotógrafa tirou retratos da profissional se maquiando, mostrando esse momento de uma maneira íntima e delicada.

Na década de 60, com o surgimento das fotografias coloridas, Eve se aventurou nesse meio e viajou o mundo atrás dos melhores cliques, alguns lugares visitados por ela foram China, Rússia, Afeganistão e África do Sul.

Após anos viajando, em 1980 ela realiza sua primeira exposição solo, mostrando fotografias tiradas durante sua passagem pela China, algo que lhe rendeu muito prestígio e prêmios.

Para coroar sua brilhante carreira, Eve tornou-se membro da Sociedade Real de Fotografia Britânica, e foi nomeada mestre de fotografia pelo Centro Internacional de Fotografia em Nova York, além de, em 2003, ter sido nomeada oficial da Ordem do Império Britânico pela rainha Elizabeth II.

Com mais de meio século dedicado à fotografia, Eve abriu caminho para tantas outras que vieram logo após. Registrou o pobre, o rico, o anônimo e o famoso. Seu olhar despretensioso capturou com extrema delicadeza e versatilidade o tempo que esteve entre nós. Faleceu aos 99 anos em Londres, três meses antes de completar um século de vida.