Leonardo Sakamoto fala sobre o fazer jornalístico em tempos de fake news

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Giullia Reggiolli e Gustavo Zachary (1º semestre)

Ocorreu, durante o evento ESPM SOUL, a palestra “Jornalismo em tempos de cólera e a atuação em tempos de ódio e desinformação”, com o jornalista e colunista do UOL Leonardo Sakamoto e intermediada pelo professor da ESPM, André Deak. A palestra aconteceu no campus Álvaro Alvim, na manhã do dia 12 de novembro.

O professor André Deak abriu o evento comentando sobre robôs presentes nas redes sociais, responsáveis por promover ataques de acordo com palavras chaves. Esses equipamentos atuaram nas eleições brasileiras de 2018 e continuam ativos até hoje, segundo Deak.

Em seguida, passou a palavra para Leonardo Sakamoto, jornalista e cientista político, especializado em direitos humanos, conflitos e que atua como conselheiro no fundo da ONU contra escravidão. Sakamoto também tem participação no filme “Jaci: Sete pecados de uma obra amazônica” e é autor de três livros, dentre eles o mais recente “O que aprendi sendo xingado na internet”, motivado pelos diversos ataques que sofre na rede.

“Por trabalhar com esses assuntos, acabo sofrendo ataques”, disse Sakamoto, refletindo sobre as ameaças e os ataques verbais e físicos que tem sofrido nos últimos tempos. O jornalista já foi alvo de algumas fake news, inclusive uma veiculada por um jornal de Belo Horizonte. No ocorrido, foi acusado de ter falado que “aposentados são inúteis à sociedade”. O jornal se retratou após Sakamoto solicitar que o veículo apurasse as informações, pois eram falsas. “NUNCA uma correção vai tão longe quanto um boato”, reforçou.

Sakamoto explorou mais o assunto das fake news, explicando a maneira como se disseminam na rede. “Não importa se for ou não verdade, muita gente não compartilha porque é verdade e sim porque bate no inimigo”, disse.

O jornalista também distinguiu boato de fake news e sátira, de acordo com a intencionalidade por trás da ação, dizendo que atualmente as pessoas não sabem diferenciar opinião de informação.

Finalizou a palestra explicando sobre a parte invisível da internet, ou seja, redes que separam e mostram apenas aquilo com que o usuário vai interagir.  “Ninguém quer ficar em uma rede social que dá raiva”, completou.